Toxisphera Associação de Saúde Ambiental Brasil
HISTÓRICO
Toxisphera Associação de Saúde Ambiental é uma organização brasileira da sociedade civil, sem finalidades lucrativas e econômicas, estabelecida em 2010, para atuar na governança e transparência de políticas públicas e acordos multilaterais que afetem ou possam impactar a saúde humana e o meio ambiente, tendo como diretrizes a qualificação e mobilização de grupos da sociedade, a promoção de enfoques e medidas para a sustentabilidade do desenvolvimento, notadamente com base na ciência como plataforma para a gestão ambientalmente racional de substâncias químicas e seus resíduos, e suas conexões com as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade.
Toxisphera defende a conservação e a recuperação do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Para lograr ambientes saudáveis e equilibrados, Toxisphera busca, por meio de suas atividades e princípios, contribuir para mudanças nas formas de governança de regimes multilaterais, políticas públicas e condutas empresariais correspondentes, visando ampliar o engajamento qualificado e inclusivo de diversos setores da sociedade, incluindo movimentos sindicais, defensores do meio ambiente e de direitos humanos, especialistas técnicos e jurídicos, e cientistas.
Toxisphera conta com colaboradores voluntários e pesquisadores engajados em consultorias nas diversas atividades de estudos técnicos, jurídicos, científicos e de advocacy.
Programas e suas Atividades:
Programas:
A Toxisphera aborda suas atividades a partir de perspectivas programáticas, de longo prazo, considerando que os desafios do enfrentamento das várias e principais crises (climática, da perda da biodiversidade, da poluição ambiental, da desigualdade, da pobreza e da falta de informação à população) demandam enfoques articulados e abrangentes para que, a curto e a médio prazo, possam gerar transformações sistêmicas.
Os programas e as principais linhas de atividades atualmente vigentes são:
1 - Governança internacional de substâncias químicas e resíduos
○ Seguimento e incidência junto aos regimes vinculantes: Convenção de Minamata sobre o Mercúrio, Convenção de Estocolmo sobre os POPs, Convenções de Basilea e Roterdã.
○ Seguimento e incidência internacional junto aos processos voluntários (sem vinculação jurídica – soft Law): SAICM e Agenda 2030.
○ Participação na negociação multilateral, a partir de 2022, de um novo tratado sobre a poluição dos plásticos, inclusive no ambiente marinho. Toxisphera participou da primeira sessão de negociação (INC-1) em Punta Del Este, Uruguai, em novembro de 2022. O tratado deve ser concluído em 2024.
2 - Governança nacional de políticas públicas de gestão ambientalmente racional de substâncias químicas e resíduos perigosos
○ Seguimento e incidência junto ao CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente e demais órgãos colegiados, bem como junto a agências reguladoras ou executoras de políticas públicas em saúde e meio ambiente (ANVISA, IBAMA, etc)
○ Participação na Comissão Nacional de Segurança Química do Ministério do Meio Ambiente do Brasil – mecanismo multisetorial e multiparticipativo, coordenador de políticas de segurança química e tratados internacionais.
○ Monitoramento do cumprimento de políticas e de direitos à informação e participação para a gestão ambientalmente racional das substâncias químicas e seus resíduos.
3 - Cidadania e engajamento
○ Fortalecer capacidades de grupos da sociedade (OSCs, sindicatos, mulheres, povos tradicionais, etc) para compreender riscos, impactos e formas de prevenção à exposição e de controle ambientalmente racional das substâncias químicas e resíduos perigosos.
○ Apoiar a formação e participar do fortalecimento de redes e alianças cidadãs para a gestão ambientalmente racional das substâncias químicas e resíduos perigosos.
○ Contribuir para a ampliação da visibilidade sobre riscos, impactos e formas de prevenção e controle ambientalmente racional das substâncias químicas e resíduos perigosos.
Antecedentes de Toxisphera
Ao longo dos anos recentes, Toxisphera tem se dedicado ao advocacy de direitos fundamentais ao meio ambiente saudável e equilibrado mediante participação em instâncias nacionais (Comissão Nacional de Segurança Química – CONASQ; Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA) e processos internacionais relativos às negociações das convenções químicas (Estocolmo, Minamata, Roterdã, Basiléia) e SAICM, em parceria com outras ONGs brasileiras, como ACPO – Associação de Combate aos Poluentes/Santos/SP e APROMAC Associação de Proteção ao Meio Ambiente/Cianorte/PR. Também participa de redes e alianças de organizações da sociedade civil, nacionais e internacionais. Com apoio do Fundo Casa elaborou quatro representações ao MPF sobre emissões irregulares de mercúrio em plantas de cloro-álcalis. Executou diversos projetos no Brasil com apoio de ZMWG Zero Mercury Working Group, e IPEN International Pollution Elimination Network.
Toxisphera participou, como representante do FBOMS - Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, da CONASQ - Comissão Nacional de Segurança Química, criada em 2000, e extinta pelo governo do presidente Bolsonaro. Entre as suas competências, a CONASQ acompanhou a negociação, a ratificação e a implementação de tratados químicos internacionais e era composta por 22 instituições do setor público, privado e de organizações não-governamentais, incluindo a CUT (Confederação Única dos Trabalhores). Do ponto de vista de transparência, governança e diálogo sobre políticas públicas, a CONASQ era um mecanismo atuante de articulação multisetorial para a promoção da gestão adequada das substâncias químicas no Brasil, e sua conexão com a saúde pública e ocupacional, perda de biodiversidade e mudanças climáticas.
Por ser integrante da CONASQ, a Toxisphera participou do Grupo de Trabalho "Regulação de Substâncias Químicas”, em processo que contou com 16 reuniões, além de consulta pública entre 30 de junho e 28 de setembro de 2016, e diversas reuniões, para avaliar os resultados dessa consulta pública, e elaborar um anteprojeto de lei para o Controle das Substâncias Químicas no Brasil. O anteprojeto ainda não foi aprovado, mas tem recebido apoio de representantes do setor da indústria química, de ambientalistas e de trabalhadores (por meio, respectivamente da ABIQUIM– Associação Brasileira de Indústria Química, de Toxisphera em nome do FBOMS – Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, e finalmente da CUT – Central Única dos Trabalhadores).
Entre os diversos projetos executados, menciona-se a coleta e análise de chumbo em tintas no Brasil; inúmeros pareceres técnicos da Sociedade Civil para resoluções do CONAMA; ações contra o FRACKING e ação civil pública contra a rodada de negociação da ANP de blocos de fracking; ações de implementação da Convenção de Minamata sobre o Mercúrio por meio de pesquisas e relatórios sobre emissões e liberações de mercúrio, ações pelo banimento de produtos contendo mercúrio, e publicação do Regime Jurídico do Mercúrio no Brasil; contribuição ao relatório global sobre contrabando de agrotóxicos (SAICM); participação ativa nas negociações do tratado internacional do Mercúrio (Minamata) e nas respectivas Conferências das Partes; COPs da Convenção de Estocolmo, Basileia, Roterdã, e participação na negociação do SAICM Pós 2020 (a ser concluída em 2023).
Por ocasião do Encontro Regional da América Latina e Caribe do Enfoque Estratégico Internacional para a Gestão das Substâncias Químicas (SAICM), realizado em Montevidéu, Uruguai, em maio de 2022, organizações da sociedade civil (OSCs) do Brasil, Argentina e Uruguai anunciaram a formação de uma aliança com o objetivo de proteger o meio ambiente e a saúde pública na América Latina, tendo como núcleo a TOXISPHERA (Brasil), Taller Ecologista (Argentina) e CIEDUR (Uruguai). A Aliança tem como objetivo zelar pela gestão transparente, eficaz, lastreada na ciência e em direitos fundamentais relacionados com as substâncias químicas e os resíduos perigosos. A Aliança Cidadã por uma América Latina Sem Poluição quer, inicialmente, conhecer o status de implementação do SAICM em cada país da região e ampliar o engajamento de grupos da sociedade na governança democrática do SAICM e sua implementação. Para isso, sob a coordenação da TOXISPHERA, essas organizações realizaram, em 2021, pesquisas sobre o panorama e os desafios institucionais e legais da aplicação do SAICM no Brasil, Argentina e Uruguai. As pesquisas geraram Informes Nacionais sobre os panoramas institucionais e legais nesses três países, e um Relatório Síntese Regional, que podem ser acessados em https://www.facebook.com/AlianzaSAICM
TOXISPHERA é membro do Zero Mercury Working Group – ZMWG; International Pollutants Elimination Network – IPEN; Global Alliance Anti-Incineration – GAIA; Health Care Without Harm – HCWH; Salud sin Daño; Women Engage for a Common Future – WECF; Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Desenvolvimento Sustentável - FBOMS; Rede Brasileira de Justiça Ambiental – RBJA, entre outros movimentos e redes.
REPRESENTANTE
Zuleica Nycz, Esp. – Desenhista Industrial graduada pela Universidade Federal do Paraná, Especialista em Metodologia da Ciência e Prática do Ensino Superior pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Curitiba, cinco vezes eleita conselheira titular no Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, observadora da Sociedade Civil Organizada (FBOMS) no Grupo Nacional Coordenador do Projeto Internacional de Elaboração do Plano Nacional de Implementação da Convenção de Estocolmo sobre os Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) do Ministério do Meio Ambiente, representante titular do FBOMS (Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais) na Comissão Nacional de Segurança Química – CONASQ/MMA entre 2010 e 2019, atuou na elaboração do Anteprojeto de Lei de Controle de Substâncias Químicas da CONASQ/MMA, participou da elaboração da proposta de Resolução de implementação da Plataforma RoHS no Brasil (banimento de substâncias perigosas em produtos eletroeletrônicos), participou do GT-CONASQ de elaboração do decreto de regulamentação da Lei No. 11.762 de 2018 sobre controle de chumbo em tintas imobiliárias e infantis, membro titular do Grupo de Monitoramento da Resolução CONAMA n.º 362 de 2005/MMA (gestão de óleo lubrificante usado ou contaminado), membro da Coordenação do Zero Mercury Working Group – ZMWG, coautora da publicação “O Regime Jurídico do Mercúrio no Brasil”, do Relatório de Medição de Emissões Atmosféricas de Mercúrio da Indústria de Cloro-Álcalis no Brasil, e Parecer Sobre a Resolução CONAMA No. 499 de 2020 que Dispõe sobre Licenciamento da Atividade de Coprocessamento de Resíduos em Fornos Rotativos de Produção de Clínquer. Participa das negociações da Convenção de Minamata, Convenção da Basileia, Convenção de Roterdã e Convenção de Estocolmo sobre os POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes) e do Processo Intersessional do Enfoque Estratégico para a Gestão Internacional de Substâncias Químicas e Resíduos – SAICM Pós 2020.
Coordenadora do projeto de fundação da Aliança Cidadã por uma América Latina sem Poluição (Brasil, Argentina e Uruguai).
Representa a TOXISPHERA e a Aliança Resíduo Zero Brasil nas negociações do tratado sobre a Poluição dos Plásticos, inclusive no Ambiente Marinho, desde a primeira sessão de negociação (INC1) em 2022.
É membro da rede internacional GAIA – Aliança Global por Alternativas à Incineração, Salud Sin Mercurio, Salud Sin Daño, Observatorio Petrolero Sur, Oilwatch, Argentina Libre de Fracking, WECF - Women Engage for a Common Future, IPEN - International Pollutants Elimination Network. É diretora da Associação de Saúde Ambiental TOXISPHERA (fundada em 2010) e presidente da AMAR – Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária, (fundada em 1983) ONG atuante em denúncias de crimes ambientais e autora de quase uma centena de ações civis públicas.