Geração de resíduos é desperdício de Energia
A filosofia do Resíduo Zero também tem uma interface grande com a questão energética, pois uma vez analisadas as características dos resíduos gerados, podemos verificar que em algum momento de seu processo produtivo houve um uso de energia. Muito se fala dos casos de “sucesso” que são por exemplo a reciclagem do alumínio e do PET, porém a produção desses produtos demanda uma grande quantidade de energia. Ou seja, qualquer resíduo que é gerado significa um gasto de energia.
Quando falamos de resíduo zero, pensamos na hierarquia da gestão de resíduos, que em primeiro lugar preza pela não geração e pela redução. Nos exemplos citados acima, as embalagens de alumínio e de PET, podemos notar uma disparidade entre o que é realmente necessário e a quantidade de desperdício nesses setores, que são energointensivos.
Em toda a cadeia dos alimentos, que representa mais da metade dos resíduos produzidos por dia, há perdas significativas, desde a produção até os restos de alimentos de nossos pratos. Neste setor há um consumo energético considerável, seja ele na irrigação, no transporte ou no processamento dos alimentos e suas embalagens. Portanto o desperdício de alimentos também significa o desperdício de energia.
Quanto ao impacto de gastos energético é necessário se fazer um balanço mais apurado através de metodologias científicas, como a Análise de Ciclo de Vida, pois não é suficiente apenas a afirmação de que, por exemplo, o vidro é melhor que o alumínio e o plástico, pois também essa rota tem seus impactos. O que se questiona é se na concepção de certos produtos se leva em consideração o seu impacto ao meio ambiente, tanto no consumo energético quanto na geração de resíduos.
http://www.socioambiental.org/esp/bm/dest.asp
http://www.abal.org.br/estatisticas/nacionais/transformados/consumo-domestico-por-produto/
Autor: Clauber Barão Leite