Escola Resíduo Zero – Ilhabela

Placa escola resíduo zero

 

PAÍS , ESTADO E MUNICÍPIO:  Brasil, São Paulo, Ilhabela

CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO

  1. População: 34.333 habitantes (estimativa, 2018)
  2. IDH: 0,756

NOME DO PROJETO: Escola Resíduo Zero

CATEGORIA/INICIATIVA: Empresarial () Governamental (X) Individual/Coletiva  ()

DESCRIÇÃO DO PROJETO

Em uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Ilhabela, o projeto Escola Resíduo Zero teve início em 2018. O nome surgiu após o 1º Seminário de Resíduo Zero realizado no Município com apoio da Aliança Resíduo Zero, onde Kevin Drew, coordenador sênior do programa resíduo zero da Prefeitura de San Francisco, Califórnia, EUA, esteve presente expondo as inciativas por lá.

O Município possui um dos mais altos custos para coleta, transporte e aterramento de resíduos devido a sua localização. Por ser uma ilha, o transporte pode ser realizado apenas por balsa, o que encarece o processo.

A compostagem, por tanto, começou como ponto de partida para redução de custos e destinação ambientalmente adequada aos resíduos. Para isso, a Prefeitura de Ilhabela, através da Secretaria de Educação, contratou a Morada da Floresta, que com parceria da Flow Desenvolvimento Sustentável e Consciente, criaram as estratégias e deram início à implantação do sistema de compostagem em 14 escolas municipais. Após 6 meses, em outubro de 2018, o projeto foi ampliado para mais 25 escolas.

As escolas receberam, além das composteiras, balanças para pesagem dos resíduos e compostos gerado, e termômetro para monitoramento. Assim, foram utilizadas as informações obtidas de maneira interdisciplinar, criando uma relação entre a ação e as matérias estudadas.

Cada escola nomeou os “Guardiões da Composteira”, um grupo responsável pelo tratamento e manutenção da composteira. Este grupo é formado por alunos, professores, diretores, auxiliares de limpeza, dependendo da dinâmica de cada escola.

OBJETIVOS

Destinar de maneira ambientalmente adequada os resíduos dos refeitórios escolares e disseminar esta prática e a educação ambiental na ilha, mostrando que esta pode ser uma porta de entrada para políticas públicas que abranjam toda a comunidade.

METODOLOGIA

Sensibilização – além do Seminário Resíduo Zero, houveram encontros com os 39 diretores das escolas para apresentar a problemática e o projeto como solução. Foi exposto que 90% da área de Ilhabela é constituído de Parques Estaduais, onde há muita poda, quantidade quase equivalente à geração de resíduos urbanos, assim, a compostagem é uma alternativa viável e possível para a realidade local.

Instalação e treinamento – dentro das comunidades escolares foi realizada a instalação e o treinamento daqueles que ficariam responsáveis pela composteira e pelo engajamento da comunidade.

Visitas técnicas – mensalmente são realizadas estas visitas por um técnico para ajudar, não apenas na compostagem, mas também no engajamento, orientação e educação ambiental da comunidade escolar, como hortas pedagógicas.

Encontros pedagógicos – a cada três meses os guardiões pedagógicos e os técnicos se encontram para conversar sobre temas relacionados à compostagem, como alimentação saudável, agricultura urbana, entre outros. Também ocorre o compartilhamento de ideias para utilizar o projeto como ferramenta transdisciplinar para caminhar além da gestão de resíduos.

Grupos – foram criados grupos no facebook e whatsapp com todas as 39 escolas para incentivar a autogestão. Desta forma se mantém o engajamento das escolas, a solidariedade entre elas para comunicação, compartilhamento de ideias e soluções. Uma maneira encontrada para continuar com o projeto mesmo que o contrato com a Prefeitura acabe.

 

INDICADORES QUANTITATIVOS

  • Desvio de 145 toneladas de resíduos orgânicos do aterro e
  • Produção de mais de 50 toneladas de composto
  • Economia de R$ 84.796,07 em 2018 para o Município, e deve economizar R$ 106.733,57 em 2019.

 

INDICADORES QUALITATIVOS

Percepção de soluções ambientalmente corretas e economicamente viáveis para destinação dos resíduos e a relação destes com a agricultura e alimentação saudável.

 

RESULTADOS

Disseminação da prática de compostagem, rompendo a barreira do mito de que soluções ambientalmente corretas são caras e de alta dificuldade. Com o projeto foi possível demonstrar ao poder público uma solução de baixo custo e desmistificar que a compostagem gera odor forte e atrai vetores.

 

MUDANÇAS E PROBLEMAS DESDE O PLANO INICIAL 

Esperava-se que após os primeiros treinamentos, junto com a instalação das composteiras, as escolas começassem a implantar a prática, contudo, não foi o que aconteceu. Era necessário adaptar à realidade para o novo processo que deveria acontecer diariamente. Como solução, iniciaram-se os encontros pedagógicos e oficinas para engajamento da comunidade escolar.

A logística de material vegetal seco (palha, serragem) para a compostagem foi outra questão a ser trabalhada pois nem todas as escolas geravam material suficiente para a compostagem do dia a dia. Assim, houve troca de material entre as próprias escolas, além de uma colaboração da Morada da Floresta e da Flow, disponibilizando este material.

 

DESAFIOS

Continuação do sistema de compostagem mesmo sem que haja um contrato com a prefeitura. Transforma-lo em uma Política Pública e institucionalizar o processo, levando- o para a rotina das atividades do Município.

 

CONTATO

Flow Desenvolvimento Sustentável e Consciente

Tatiana Araújo (tatiana@flowdesenvolvimentosustentavel.com )

Morada da Floresta

Victor H. Argentino de M. Vieira (victor@moradadafloresta.eco.br)

Prefeitura de Ilhabela

Coordenação de Educação Ambiental da Secretaria de Educação (ambiental.educacao@ilhabela.sp.gov.br)

Postagem em abril de 2019

Este slideshow necessita de JavaScript.

FONTES

Escolas de Ilhabela desviam do aterro 145 toneladas de orgânicos em 1 ano. Acesso em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/02/escolas-de-ilhabela-desviam-do-aterro-145-toneladas-de-organicos-em-1-ano.shtml