ONU: Impacto ambiental dos plásticos é de pelo menos US$ 75 bi ao ano

Fonte: Instituto Carbono Brasil

lixo-plastico_siteApenas os prejuízos ao ecossistema marinho seriam US$ 13 bilhões anuais, um valor que provavelmente está subestimado, aponta um novo relatório das Nações Unidas

Quando se pensa na relação plásticos-meio ambiente, o primeiro problema que vem à mente é o descarte indevido, que resulta no entupimento de bueiros nas cidades e na poluição de rios, lagoas e oceanos. Mas os impactos do plástico na natureza começam bem antes, na extração de matérias-primas e no seu processo de produção.

É buscando destacar todos os impactos da cadeia dos plásticos que as Nações Unidas (ONU) divulgaram ontem (23) o relatório “Valuing Plastic”.

Segundo o documento, o custo financeiro dos prejuízos ambientais relacionados ao plástico ultrapassam os US$ 75 bilhões anuais, sendo que 30% desse valor vêm das emissões de gases do efeito estufa do setor e da poluição do ar causadas na fase de produção.

Mas, individualmente, é o ecossistema marinho que mais sofre com os plásticos. A poluição das águas, a morte de animais e o prejuízo para o turismo alcançam pelo menos os US$ 13 bilhões ao ano.

A estimativa é que existam bilhões de toneladas de plástico flutuando nos oceanos. Apenas a Grande Ilha de Lixo do Pacífico, nome dado a um aglomerado de plásticos comumente visto por embarcações no Pacífico Norte, possui um tamanho equivalente ao do território dos Estados Unidos.

Todo esse plástico acaba atrapalhando a navegação, sujando praias e matando animais, que ingerem o material por o confundirem com alimento.  Por exemplo, em março de 2013, uma baleia cachalote de dez metros de comprimento apareceu morta na costa sul da Espanha. Ela havia engolido 59 diferentes itens de plástico, totalizando 17 quilos.

“Plásticos possuem um papel crucial na vida moderna, mas os impactos ambientais de seu uso não podem ser ignorados”, afirmou Achim Steiner, Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Entre as companhias que utilizam plástico, as que causam mais impactos ao meio ambiente seriam as alimentícias, com 23% do total. Em seguida aparecem as de refrigerantes, com 12%.

Para piorar a imagem dessas empresas, apenas metade das 100 que foram consultadas pela ONU para a produção do relatório forneceram suas informações de forma completa.

“Alguns setores, como produtos eletrônicos e alimentos, levam mais a sério a transparência de informações. Já calçados e brinquedos, que também possuem uma grande intensidade de uso de plásticos, não foram tão abertas”, disse Andrew Russell, diretor do Plastic Disclosure Project. Assim, os valores citados no relatório estão provavelmente muito abaixo do que seria a realidade.

Recomendações

Apesar de ser um alerta, o relatório tenta mostrar para as empresas que lidar com o problema dos plásticos é também uma oportunidade. Por exemplo, de acordo com a ONU, a melhor gestão do plástico, com um maior cuidado com a origem da matéria-prima, eficiência na linha da produção e mais reciclagem, pode economizar às companhias pelo menos US$ 4 bilhões ao ano.

O relatório recomenda que as empresas:

– Acompanhem com mais cuidado a produção e a destinação de seus materiais plásticos e embalagens, com a produção de inventários e documentos de acesso público;

– Se comprometam a reduzir os impactos ambientais do plástico, com a adoção de metas práticas;

– Busquem a inovação de suas cadeias produtivas, para que o plástico seja produzido com menos energia e resíduos;

– Colaborem com governos no desenvolvimento de legislações que ajudem a reduzir o descarte indevido dos plásticos;

– Forneçam informações corretas para órgãos de controle, para que sejam conhecidos os impactos reais dos plásticos ao planeta;

– Invistam em novas tecnologias, como materiais biodegradáveis.

“O curso de ação fundamental é prevenir que os resíduos plásticos cheguem ao meio ambiente, o que pode ser conseguido se seguirmos o mantra: Reduzir, reutilizar e reciclar”, concluiu Steiner.

Destinação de resíduos é tema de seminário que acontece em Santos

Aterro em Santos
Aterro do Sítio das Neves, na Área Continental de Santos, está com capacidade quase esgotada

As alternativas sustentáveis para a destinação correta do lixo, os problemas ambientais das usinas de incineração e a reciclagem de materiais envolvendo o serviço terceirizado de cooperativas. Esses são os principais temas que serão abordados no seminário Resíduos em Foco, que acontece na terça-feira (2), das 9 às 18 horas, na Universidade Santa Cecília (Unisanta), em Santos.

O evento é aberto a todos os interessados e está inserido na programação municipal da Semana do Meio Ambiente (de 1 a 5 de junho). A organização é do Fórum da Cidadania, do Instituto Pólis e da Aliança Resíduo Zero Brasil.

Entre os participantes estarão Ibama, Cetesb, Agem, Ministério Público Estadual (Gaema), secretários municipais das nove cidades da região, advogados, professores e ambientalistas. O dia 5 de junho é considerado Dia Mundial do Meio Ambiente.

O tema discutido é de extrema importância porque o aterro sanitário do Sítio das Neves, na Área Continental de Santos, está quase saturado. Para lá é levada a maior parte do lixo da Baixada Santista.

As inscrições gratuitas para o seminário podem ser feitas pelo telefone 3221-2034 ou pelo e-mail contato@forumdacidadania.org.br. Devem ser informados nome, RG, CPF, e-mail e telefone. A Unisanta fica na Rua Cesário Mota, 8, no Boqueirão. O seminário acontece no auditório do Bloco E.

Fonte: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cidades/destinacao-de-residuos-e-tema-de-seminario/?cHash=b5621e120cb0eabe950fb660fced3e70

Municípios têm de usar os orgânicos em compostagem e biodigestão

Agrofloresta

 

A maior parte dos municípios brasileiros tem menos de 50 mil habitantes. Das 5.570 cidades, 3.915 estão nessa faixa. Os cinturões verdes, áreas ao redor dos centros urbanos formadas de pequenos sítios, chácaras, reservas, pomares são de grande importância para a manutenção da qualidade de vida dos cidadãos. Usar os resíduos orgânicos dessas cidades na agricultura ou na geração e energia ou combustível é a melhor solução.

Além de manterem o microclima regional, nos cinturões verdes são em geral cultivados frutas e hortaliças, para abastecer os mercados urbanos e evitar grandes viagens desses produtos de caminhão, o que significa economia de combustível, diminuição da poluição e melhor condição de consumo –produtos mais frescos na mesa do consumidor.

Pois esses mesmos municípios, os menores, são os que têm mais dificuldades para construir aterros sanitários e conseguir destinar corretamente seus resíduos. A falta de aterros adequados faz com que muitas prefeituras tenham de exportar lixo para outros municípios vizinhos, criando uma rota rodoviária completamente nefasta. Viagens e viagens de resíduos cruzando o país.

Em grande parte dos municípios litorâneos, o problema se agrava. Por causa da proximidade de mananciais, não é permitido fazer aterros.

Esses dois fatores –municípios pequenos com cinturões verdes e dificuldade de destinar adequadamente os resíduos– apontam para as soluções da compostagem e biodigestão de orgânicos. Essa é a opinião de Elisabeth Grimberg, coordenadora da área de resíduos sólidos do Instituto Pólis e uma das articuladoras da Aliança Resíduo Zero Brasil.

“É um absurdo que essas cidades enterrem os orgânicos que geram e deixem de usá-los de volta na terra, como adubo, ou como energia ou combustível, do biogás, todas essas aplicações que poderiam melhorar as economias locais. O perfil dos municípios brasileiros é este”, diz.

Para Elisabeth, a sociedade tem de pressionar os gestores para que haja a coleta em três frações tão logo quanto possível, a saber: recicláveis, orgânicos e não-recicláveis. Calcula-se que 60% dos resíduos domésticos seja de orgânicos. Com a separação e aproveitamento dessa parte, o volume de resíduos a encaminhar para os aterros diminui drasticamente. Os não-recicláveis, chamados de rejeitos, são os únicos que devem ser destinados aos aterros.

“Desde 2010 já se sabe que apenas os rejeitos devem ir para os aterros. Por isso, não adianta lutar só pelo fim dos lixões. Hoje, temos de focar no debate e na implantação da coleta separada de orgânicos e no seu aproveitamento”, diz.

Os orgânicos e os restos de podas de árvores podem ser usados localmente para alimentar a agricultura dos cinturões urbanos. Num mesmo local podem ser instalados usinas de biogás e área de compostagem. Elisabeth cita o exemplo do Consórcio Verde Brasil, na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul.

“Existem alternativas tecnológicas importantes e possíveis”, afirma.

Para tratar desse assunto e discutir sobre as possibilidades de mudança na atual Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) o Instituto Pólis faz um seminário no dia 28 de maio, em São Paulo. As inscrições podem ser feitas pelo site polis.org.br.

Uma das palestrantes será Magdalena Donoso, coordenadora da Aliança Global para Alternativas à Incineração, GAIA, América Latina.

 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/maragama/2015/04/1620557-municipios-tem-de-usar-os-organicos-em-compostagem-e-biodigestao.shtml#

Brazil’s São Paulo launches plastic bag restrictions, fines

Supermarkets in São Paulo can now only offer plastic bags made from plant-based plastics, and those bags must be color-coded green or gray.
Supermarkets in São Paulo can now only offer plastic bags made from plant-based plastics, and those bags must be color-coded green or gray.

Brazil’s mega-city of São Paulo initiated a ban on petroleum-based plastic grocery bags on April 5, following a multi-year dispute between plastic industry trade groups and city government.

Supermarkets can now only offer bags made from plant-based plastics, and those bags must be color-coded green or gray for use with recycling or trash. Citizens who don’t use the bags properly face potential fines.

São Paulo aims to increase recycling by requiring that only the green bags be used for recyclables, an unusual provision in a bag law. But critics are skeptical, saying the new regulation alone — without major investment in collection services — won’t greatly boost recycling.

São Paulo’s initial effort to ban plastic grocery bags in early 2012 was quickly halted by industry legal action and vocal consumers, who complained they were being cheated when grocers stopped providing plastic bags, which Brazilians rely on as liners for small trash cans at home.

Grocers can now offer only biodegradable plastic bags colored green and gray, or any type of plant-based packaging such as cardboard boxes, at no cost or for a few cents. The law says bags must have at least 51 percent plant-based content.

Stores that continue distributing non-biodegradable plastic bags will face fines of up to 2 million real ($644,000). Citizens must use green bags at home just for recyclables, or face fines of 50 to 500 real ($16 to $161).

“It’s not all about applying fines, it’s about creating a movement in the city for recycling,” said Simão Pedro, secretary of public services in São Paulo, in an April 7 news conference. “The city will adapt slowly and rely on the efforts of citizens and businesses in this educational process.”

São Paulo’s biggest retailers — Carrefour and Grupo Pão de Açúcar — said they will charge 0.08 real ($0.03) per bag. Most major grocers already sell reusable cloth bags.

Simao Pedro

Latin America’s second most populous city, with 11.9 million people, generates 12,500 tons of residential waste daily, but recycles just 3 percent of it, according to local figures. Officials want to increase the recycling rate to 10 percent by 2016.

Municipal garbage collection is available for 68 percent of residents, or 86 out of 96 districts. The city says neighborhoods that don’t have public recycling collection won’t be inspected for proper bag use.

But since public recycling is far from city-wide, the law alone — without investment in broader collection and education — carries little weight, said Renata Amaral, researcher at the Brazilian Institute for Consumer Defense.

“The consumer in these districts [without municipal collection] … will continue to have those [green] bags taken to landfills,” she said.

Plastic bags are considered by some to be a major contributor to flooding problems in São Paulo. Large black and old plastic grocery bags can still be used for garbage under the new law.

Elisabeth Grimberg, coordinator for solid waste at the non-profit Instituto Pólis, says the law should have been focused on eliminating all plastic bags.

“To invest in creating a new [green] plastic bag means generating one more piece of waste that is not necessary for the functionality of recycling,” she said. “This reinserts plastic into the conversation, even though there is a replacement: the permanent reusable bag.”

 

Fonte:http://www.plasticsnews.com/article/20150409/NEWS/150409920/brazils-s%C3%A3o-paulo-launches-plastic-bag-restrictions-fines

Destinação de Resíduos Sólidos está longe do ideal na Baixada Santista

A produção crescente de lixo pela sociedade aprofunda a necessidade da tomada de decisões para ampliação dos processos de reciclagem, a melhor alternativa para amenizar os impactos ambientais e garantir novas fontes de renda.

 

27 de março de 2015 – 20:55

Cris Challoub

Nara Assunção

Você sabe qual o destino do seu lixo? Muitos infelizmente não saberão responder a pergunta. Afinal o que acontece com os resíduos sólidos que todos geram diariamente, seja em casa ou no trabalho? Em uma sociedade cada vez mais consumista, onde ter é ser, a quantidade de resíduos apenas aumenta a cada ano, sem a devida conscientização do descarte.

Para se ter uma ideia, as nove cidades da região geravam por dia, em 2003, 884,8 toneladas, de acordo com dados da Cetesb. Após uma década (2013), passaram para 1.559,3 toneladas diárias (aumento de 73%). Em Santos, o aumento foi 251 para 389 toneladas por dia no período. Já a média diária de 2014, segundo dados da própria prefeitura, foi de 529,19. A reciclagem, porém, ainda representa pouco, em torno de apenas 3% do total produzido na Cidade.

E a pergunta vai além: o que as cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista projetam para os próximos anos, tendo em vista que o Aterro Sítio das Neves, na área continental de Santos, local que recebe o lixo de oito das nove cidades da região, tem apenas seis anos de vida útil, de acordo com declarações do presidente da Cetesb, Otávio Okano, que também divulgou como opção a implementação de incinerador de lixo, abrindo uma ampla e polêmica discussão. O tema foi, inclusive, debatido em ato público realizado pelo Fórum da Cidadania, que divulgou manifesto com argumentos contrários a esta opção.

Além disso, nenhuma das cidades aplica na totalidade a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê a destinação ambientalmente adequada de todos os resíduos e rejeitos. O prazo atual é que a partir de 2016 os aterros só recebam materiais que não sejam reaproveitáveis ou recicláveis. Além de instituir a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens.
Para a bióloga Ingrid Oberg, que atualmente está de licença do cargo de diretora do Ibama/Santos, o modelo de sociedade atual não funciona de maneira ecossistêmica e as pessoas não se preocupam com o que geram, tirando de si esta responsabilidade, mas acredita que existem soluções. “Vários países já conseguiram. A Suécia, por exemplo, implantou uma lei parecida em 1972. A política nacional, mesmo vindo atrasada, é um avanço. O que falta na Baixada é os municípios realmente se juntarem. Cada um fez seu plano apenas para constar, mas ainda não houve uma união para fazer uma proposta conjunta. Se cada município pensar algo, fica mais caro e difícil de concretizar. A solução deve ser unificada”, explica.

O incinerador, de acordo com Ingrid, não é solução. “Para ser viável economicamente precisaríamos mandar tudo para ele e isso vai contra a lei. Apenas com o rejeito não fecharia a conta. Além de ter um custo alto, de milhões, não resolverá o problema”, acrescenta.

Assim também acredita o engenheiro e professor da Unisanta Élio Lopes dos Santos, que explicou em sua apresentação na reunião do Fórum que os incineradores geram outros tipos de resíduos, muito mais poluentes. “Esta proposta é incoerente. Se for para buscar outras tecnologias porque não se fala do plasma que não gera poluentes. O mais grave de tudo isso é que países mais desenvolvidos estão abandonando a tecnologia (incinerador). O problema está na manutenção dos equipamentos para não gerarem poluentes cancerígenos no ar”, conclui.
Para Ingrid Oberg, o biodigestor – que gera adubo e metano (para energia) – tem um custo menor e poderia ser solução para os resíduos orgânicos, que também não têm descarte correto em algum município da região. A reciclagem, com campanhas para separação, além de incentivos e parcerias com cooperativas, também vem de encontro ao que realmente é necessário, segundo ela.

Já Elisabeth Grimberg, coordenadora de Resíduos Sólidos do Instituto Polis, também presente na reunião do Fórum, explanou sobre a preocupação da instituição nos projetos de incineradores em cidades de São Paulo, sendo que na região, Praia Grande já se posicionou oferecendo terreno. “Temos que nos posicionar como sociedade para exigir o destino adequado aos resíduos secos, orgânicos, gerando inclusive renda. Temos que parar de tratá-los como lixo sem valor. Além de exigir a questão da responsabilidade por conta das indústrias e empresas”.

Coleta Seletiva Baixada Santista

Aterro é destino de reciclados

De segunda a sábado, os caminhões de coleta seletiva percorrem os bairros de Santos. Cada local é atendido uma vez por semana, que coletam os resíduos que serão levados à Usina de Separação de Materiais, na Alemoa. Diariamente, chegam cerca de seis cargas. De acordo com o coordenador da Usina de Triagem de Resíduos Sólidos, João Maria Batista Leonez, o número de veículos na rua aumenta principalmente em feriados e temporada. Ele, que trabalha há sete anos neste ramo, conta que – na época quando iniciou o serviço – o local recebia cerca de 100 toneladas/ mês. Hoje, no período de verão, este número chega a 400 toneladas/mês.

Nesta época, como a demanda é superior à mão de obra há acúmulo. “Há resíduo para ser separado desde janeiro, mas acredito que até o final de abril conseguerimos zerar este atraso”, destaca. O coordenador reconhece que a coleta, assim como o número de pessoas que trabalham no local, não é o suficiente — especialmente na temporada. “De tudo que acaba indo para o aterro depois da triagem, cerca de 40% poderia ser reciclado. O volume, porém, é muito grande e ele é mandado para o transbordo que o encaminha ao aterro na área continental”.

Além disso, por mais que hoje o cidadão já tenha maior consciência, chegam muitos materiais lançados equivocadamente. João explica também que diferente do que as pessoas acreditam os resíduos não são triturados pelo caminhão, mas compactados. “O vidro, por exemplo, deverá ser quebrado aqui de qualquer forma”, explica. Mesmo longe do ideal, a Usina, segundo Leonez, serve de referência a outras cidades.
O programa é executado pela Prodesan e a separação é realizada por usuários do Programa de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde.

Projetos
De acordo com a secretária de Meio Ambiente de Santos, Marise Céspedes, projetos para aumentar o número da coleta destes materiais serão lançados. “Nesta semana, fechamos parceria com a empresa 3r para criação de postos de coleta pela Cidade, onde cada cidadão que contribuir receberá um cartão que dará direito a créditos em supermercados que serão parceiros. No futuro, também teremos mais uma cooperativa atuando além da atual Cooperativa para Todos, que já funciona no local. O intuito é fortalecê-las, promovendo o auto-sustento”, explica.

Fonte: http://www.boqnews.com/cidades/destinacao-de-residuos-solidos-esta-longe-ideal-na-baixada-santista/

Oceanos recebem 8 milhões de toneladas de plástico por ano

Um estudo publicado na revista Science revelou que os oceanos recebem, a cada ano, 8 milhões de toneladas de lixo plástico. “Isso equivale a cinco bolsas de compras cheias de sacos plásticos a cada 30 centímetros no litoral dos 192 países analisados”, disse, em entrevista coletiva, Jenna Jambeck, professora de engenharia ambiental da Universidade da Geórgia, que liderou o estudo.

O levantamento analisou dados de resíduos sólidos recolhidos em 192 países em 2010. Antes deste estudo, a última estimativa sobre lixo plástico nos oceanos foi em 1975.

Os resultados indicam que, das 275 milhões de toneladas de resíduos plásticos gerados em 2010, entre 4,8 e 12,7 milhões chegaram aos oceanos no mesmo ano. A China é o país que mais descarta lixo plástico nesses ambientes, são quase nove milhões de toneladas por ano. A Indonésia aparece em segundo lugar, o Brasil é o 16º e os Estados Unidos aparecem na 20ª posição.

A quantidade de resíduos plásticos nos mares vem aumentando a cada ano. De acordo com as projeções do estudo, em 2015 os oceanos receberão cerca de 9,1 milhões de toneladas de plástico.

A equipe de pesquisadores alertou que, caso providências não sejam tomadas, como a diminuição da produção de lixo, a melhora da gestão de resíduos e a ampliação dos sistemas de reciclagem de plástico, esta quantidade poderá ter um impacto acumulativo de até 155 milhões de toneladas em 2025.

Além da ação do poder público, cada cidadão também tem responsabilidade na reversão deste prognóstico sombrio para nossos mares.

Brasil pode reduzir em 74% as emissões de CO2 do lixo

Fonte: Sergio Adeodato – Edição: Mônica Nunes – Planeta Sustentável

brasil-pode-reduzir-AbreAs ações previstas na nova lei de resíduos, como o consumo responsável para a redução de lixo, a reciclagem e o uso de aterros sanitários para gerar energia, têm o potencial de diminuir drasticamente os gases do efeito estufa. De acordo com estudo do Centro de Tecnologia de Embalagem – Cetea, de Campinas (SP), o corte de carbono emitido pelo lixo brasileiro poderá atingir 74%. Os dados foram divulgados oficialmente na COP16Conferência sobre Mudanças Climáticas, realizada em Cancún, no México, e que terminou no dia 10.

“Os números reforçam a importância da educação do consumidor e apontam caminhos na priorizar investimentos no cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos”, afirma André Vilhena, diretor executivo do Cempre, instituição que encomendou a pesquisa. Ele completa: “As informações são essenciais para a tomada de decisão pelos gestores municipais”.

O estudo avaliou as principais fontes geradoras de metano e mediram o potencial de redução com base nas frentes de gerenciamento do lixo urbano, previstas na legislação, que obriga a coleta seletiva nas residências e o fim dos lixões. Foram definidos seis cenários. A situação mais conservadora, de menor efeito para o clima, considerou unicamente o consumo sustentável para diminuição de 50% dos restos de alimentos que hoje vai para aterros. Como resultado, as emissões de carbono diminuiriam 21%. No cenário mais ambicioso, os pesquisadores contabilizaram a reciclagem ou recuperação energética de 80% do papel hoje enterrado após o uso, além de tecnologia para transformar metano em energia. Nesse caso, as emissões do lixo cairiam 74%.

Dispor restos de alimentos, podas de árvores e outros rejeitos orgânicos em lixões é a principal causa do efeito estufa relacionada ao lixo urbano. A degradação desses resíduos no ambiente gera gás metano, com potencial de aquecimento global 25 vezes superior ao dióxido de carbono, segundo o IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas.

Para Silvado Silvério, secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Ambiente, “a separação e a coleta seletiva dos materiais recicláveis após o consumo são decisivos para a redução de metano, porque evita a mistura indevida com matéria orgânica, que dificulta a reciclagem dos diferentes materiais e o consequente aumento do rejeito levado para os aterros”.

A nova lei de resíduos, sancionada em agosto e atualmente em processo de regulamentação, contribuirá para o país atingir suas metas de redução de gases-estufa assumidas internacionalmente. No Brasil, 11 milhões de toneladas de carbono com potencial de emissões para a atmosfera são descartadas por ano junto com o lixo, que soma aproximadamente 200 mil toneladas por dia. O cenário com alternativas mais completas de gestão dos resíduos permitiria um corte de 5% nas emissões totais do país.  Pela Lei 12.187, de 2009, que institui a política brasileira sobre clima, a meta para essa redução varia de 36,1% a 38,9%, com base no aumento das emissões projetadas até 2020. Segundo o Cetea, a lei de resíduos reduzirá em 20% as emissões totais relativas ao compromisso do país para esse período.

O número brasileiro coincide com a projeção mundial calculada pelo ISWA – International Solid Waste Association. De acordo com a organização, a indústria de resíduos sólidos pode contribuir com até 20% da meta global de redução prevista para 2020. Dos mais de 1.800 projetos de MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) http://origin.planetasustentavel.abril.com.br/glossario/m.shtml?plv=mecanismo-de-desenvolvimento-limpo-mdl registrados na ONU até 2009, 18% estão relacionados à gestão de resíduos. Eles devem gerar mais de 209 milhões de créditos de carbono até o final de 2012. A maioria desses projetos está distribuída entre Ásia e América Latina (44% e 42%, respectivamente), com destaque para Brasil e México.

Entre as iniciativas que mais podem contribuir para reduzir as emissões de gases-estufa estão as ações para minimizar a geração de lixo, a reciclagem e a recuperação energética. De acordo com o estudo da ISWA, as cerca de 130 milhões de toneladas de resíduos processados no mundo anualmente são responsáveis por produzir algo perto de 1.000 petajoules por ano – quase metade de toda energia de biomassa gerada na Europa.

“Como a maioria dos projetos de carbono registrados na ONU diz respeito à captação do gás metano dos aterros sanitários para eletricidade e para uso em sistemas de aquecimento e refrigeração, há um significativo potencial para iniciativas de não- geração, reciclagem, compostagem, valorização energética e digestão anaeróbia”, explica Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, entidade que representa a ISWA no Brasil. Ele acrescenta que “a transferência de tecnologia para países em desenvolvimento é crucial para se reduzir a emissão de gases”.

O estudo mostra ainda que, para cada 10 Kg de alumínio reciclado, por exemplo, é poupada uma quantidade equivalente a 60 Kg de CO2. No caso do plástico, essa relação é de 80 Kg de material para 50 Kg de CO2. “Quando avaliamos também os ganhos proporcionados pela compostagem, concluímos que cada tonelada de resíduos biodegradáveis coletados e compostados poupa a emissão de 60 Kg de CO2”, acrescenta o diretor executivo da Abrelpe. A partir desses dados, a entidade recomenda no Brasil a integração de ações no sentido de minimizar a geração de resíduos, incrementar a reciclagem, reaproveitar o resíduo como recurso e só depois encaminhá-lo para disposição em aterros sanitários.

El cambio climático visto desde el Sur

mudança climatica

Varios peligros amenazan a la humanidad, pero dos de ellos son decisivos y están lejos de resolverse: la guerra nuclear y el cambio climático, según ha señalado Fidel Castro[1]. La pesadilla nuclear no acabó con el fin de la “Guerra Fría” que enfrentó a las dos superpotencias (Estados Unidos y la URSS), nuevos países (Israel, India, Pakistán, Corea del Norte) se unieron al “club” de los poderosos países poseedores de las armas nucleares (Estados Unidos, Rusia, Reino Unido, Francia y China). Poco a poco, el stock ha ido creciendo hasta alcanzar la cifra de 20 000 proyectiles nucleares. El empleo de apenas un centenar de estos sería suficiente para crear un invierno nuclear que provocaría, en un breve lapso, una muerte espantosa de todos seres humanos que habitan el planeta[2].

No menos mortífero, pero a un plazo más largo, se presenta el cambio climático por acumulación de gases de efecto invernadero (GEI)[3] que ya está causando serios estragos en todos los continentes. En 2013, la concentración de dióxido de carbono (CO2), uno de los principales gases de efecto invernadero, ya superó la frontera de las 400 partes por millón cuando en 1900, la concentración era de 300 partes por millón[4].

Si las emisiones de GEI continúan al ritmo actual, y no se toman medidas urgentes para tratar de frenar esta situación, la capacidad de la Tierra para absorber los GEI se habrá agotado en los próximos cincuenta años, y se presentaría el temido aumento de la temperatura en dos grados (o más), lo que provocaría daños generalizados y graves, con un aumento de los fenómenos meteorológicos extremos[5].

La pesadilla ya llegó

Ya se sienten los impactos del cambio climático en todo el planeta, pero afectan más a las regiones y a los países más pobres. Exceso de lluvias o sequías extremas, derretimiento de los glaciares de los polos y de los nevados, acidificación de los océanos, aumento de los niveles y de la temperatura de los océanos, mares y ríos, fuertes inundaciones, huracanes e incendios incontrolables, son algunos de los fenómenos que se están presentando y tienen consecuencias en la salud, la alimentación, la economía, el hábitat y la vida de millones de personas.

“Las proyecciones apuntan a que el cambio climático hará que aumenten los riesgos conexos al clima existentes y se generen nuevos riesgos para los sistemas naturales y humanos”, señala un informe del Grupo de Trabajo II al Quinto Informe de Evaluación del Grupo Intergubernamental de Expertos sobre el Cambio Climático[6], documento que pone énfasis en los siguientes aspectos:

-Problemas relacionados con el acceso de agua dulce, especialmente para las poblaciones que sufren las inundaciones fluviales.

-La extinción de especies de los ecosistemas terrestres debido a la modificación de sus hábitats.

– La mortalidad arbórea y el decaimiento forestal debido al aumento de las temperaturas y las sequías.

– Los estados insulares situados a baja altitud tendrán que afrontar impactos muy fuertes por efectos de la elevación del nivel del mar.

– El aumento de la temperatura en 2 grados afectará a la producción de los cultivos de trigo, arroz y maíz en regiones tropicales y templadas, poniendo en riesgo la seguridad alimentaria de poblaciones enteras.

– Las zonas urbanas se verán afectadas por las precipitaciones extremas, las inundaciones, la contaminación del aire, las sequías y la escasez de agua.

– Las zonas rurales enfrentarán conflictos por el suministro de agua, la seguridad alimentaria y la merma de los ingresos agrícolas.

– Aumentará el desplazamiento de personas. Según un informe elaborado por siete universidades europeas, los desplazados por causas del cambio climático llegan a 25 millones -más del doble de los refugiados políticos- y pueden llegar a ser 200 millones en el 2050[7].

-Indirectamente el cambio climático será la causa de conflictos violentos. No lo menciona el informe pero varios de los conflictos armados y violentos actuales están relacionados con las disputas por el agua.

Principalmente, son los países industrializados los mayores responsables de la emisión de gases de efecto invernadero. Estados Unidos encabeza la lista de los más contaminadores (con un 22,2%) , seguido por China (18,4%) , la Unión Europea (11,4%), Rusia, India, Japón, Alemania, Canadá, Reino Unido, Corea del Sur, Italia, que en conjunto significan más del 70% del total. Los países de América Latina y el Caribe en total emiten el 11%[8].

Si tomamos en cuenta, sin embargo, el consumo per cápita de petróleo tenemos que un estadounidense consume, en promedio 25 barriles de petróleo anuales, un europeo 11, un chino menos de 2 y un latinoamericano y caribeño menos de uno.

Aunque a veces no se quiera reconocer, el cambio climático mucho tiene que ver con el modelo capitalista de acumulación material e infinita de bienes, que pone énfasis en el consumo ilimitado e irracional de mercancías innecesarias, nocivas y desechables, que produce una alta cantidad de desperdicios y contamina el aire, los ríos, los lagos y mares; un modelo que concentra la riqueza y el poder en unas pocas personas y corporaciones (asentadas principalmente en países del Norte) mientras cientos de millones de personas se debaten en la pobreza, carecen de alimentación adecuada o son desplazadas por las inundaciones, sequías, deslaves o huracanes.

Muchas de las situaciones graves que vive actualmente el mundo a causa del cambio climático quizá serían menos dramáticas si los países – especialmente los mayores contaminadores- habrían cumplido los compromisos adquiridos en el marco de las Naciones Unidas. Durante la Conferencia de Río en 1992, se aprobó la Convención Marco de las Naciones Unidas sobre el Cambio Climático en la que los países asumieron compromisos para reducir las emisiones de efecto invernadero y proteger el sistema climático en beneficio de las generaciones presentes y futuras, sobre la base de la equidad y de conformidad con sus responsabilidades comunes pero diferenciadas y sus respectivas capacidades. (Las negritas son nuestras).

De la misma manera, en 1997 se suscribió el Protocolo de Kioto, en el que los 38 países más industrializados del mundo asumieron de manera legalmente vinculante el compromiso de reducir las emisiones de gases de efecto invernadero en un porcentaje de al menos un 5 %, dentro del periodo que va de 2008 a 2012, en comparación a las emisiones a 1990. Estados Unidos, que, con 5% de la población mundial emite el 25% de dióxido de carbono, jamás suscribió el Protocolo de Kioto. Este mal ejemplo, fue seguido a partir de 2011 por Canadá, Japón y la Federación Rusa que se negaron a suscribir el segundo período de compromisos del protocolo de Kioto del 2013 al 2020 establecido en la Conferencia de Cambio Climático llevada a cabo en Doha (COP 18).

Varios países industrializados no han cumplido el compromiso de reducir las emisiones de efecto invernadero, pero además empezaron con una campaña en Durban y Doha para diluir el principio de responsabilidades comunes pero diferenciadas, a la vez que dieron luz verde a proyectos de captura y almacenamiento de carbono basados en mecanismos de mercado, y crearon el denominado Fondo Verde para el Clima que debía aportar con 100.000 millones de dólares hasta el 2020 para luchar contra el calentamiento global en los países en desarrollo, y de los cuales se ha recaudado menos de 10.000 millones de dólares que resultan visiblemente insuficientes.

Los países industrializados en vez de introducir drásticos cambios a sus patrones de vida y consumo insustentables (que son la causa principal del cambio climático), impulsan lo que se ha denominado falsas soluciones para el cambio climático que combinan mercados de carbono, producción de biocombustibles, monocultivos y geoingeniería (manipulación artificial del clima a escala planetaria) que, según la investigadora Silvia Ribeiro, conllevaría enormes riesgos sobre todo para los países del sur global[9].

Nuevo acuerdo

En la Conferencia de las Partes (COP20) prevista para los primeros días de diciembre de 2014 en Lima se pretende avanzar en la elaboración de un borrador de un nuevo acuerdo global sobre cambio climático que entrará en vigencia en el 2020 y que deberá ser aprobado en la COP 21 a realizarse en París en el 2015.

Un elemento que complejiza las negociones climáticas es el anuncio conjunto de  reducción de GEI de Estados Unidos y China (que representan el 45 % de las emisiones).  Estados Unidos prevé una reducción de 26 a 28% en 2025 en comparación con los niveles de 2005, mientras China prevé un pico en sus emisiones de gases de efecto invernadero en torno a 2030. Una primera pregunta que surge es ¿dónde quedan y para qué sirven las negociaciones multilaterales en Naciones Unidas y el establecimiento de metas globales? Una segunda pregunta es si las metas propuestas por las dos superpotencias son realmente históricas y significativas, como se ha señalado. Según el analista Maxime Combes, Estados Unidos ha establecido sus orientaciones de emisiones sobre la base del nivel de 2005, año con las mayores emisiones de la historia de Estados Unidos, con casi 7.200 Mt CO2e (millones de toneladas de carbono equivalente), lo que, en comparación con los niveles de 1990 -el año utilizado como punto de referencia internacional- las metas de EE.UU. son más que modestas, ya que equivalen a una reducción anual de -0,43%[10].

Días antes de este anuncio, los Estados llevaron a cabo del 20 al 25 de octubre de 2014, en Bonn, Alemania, las sesiones del Grupo de Trabajo de la Plataforma de Durban, que se reúne bajo la Convención Marco de Cambio Climático de las Naciones Unidas, y que permiten ver cuáles son los puntos de discrepancia entre el Norte y el Sur, en preparación para la reunión de Lima.

Los países en desarrollo sostuvieron que se deben abordar de manera equilibrada y comprehensiva los seis elementos identificados para las negociaciones: mitigación, adaptación, financiamiento, transferencia de tecnología, construcción de capacidades y transparencia de acción y apoyo. Señalaron que este debe ser el eje del nuevo Acuerdo que se pretende alcanzar en París en 2015 en la COP21. Reiteraron que esto se debe realizar en un proceso abierto, transparente e incluyente, que sea dirigido por los propios Estados en un espacio multilateral en el cual se desarrolle un proceso de construcción de consensos. No coinciden con el énfasis sobre la mitigación que pretenden los países desarrollados.

En relación a las metas de mitigación, los países en desarrollo señalaron que era fundamental mantener el enfoque de “arriba hacia abajo”, que implica que la distribución del presupuesto global de emisiones[11] entre los países en desarrollo y los países desarrollados, debe basarse en los principios de equidad y de responsabilidades comunes pero diferenciadas. Señalaron que se debe establecer un límite a las emisiones de gases de efecto invernadero, incluyendo las emisiones históricas y futuras. Los países con mayor responsabilidad histórica, alta huella ecológica, mayores capacidades y mayor nivel de desarrollo, tendrán una menor participación en el presupuesto de emisiones. Se debe reconocer, dijeron, que los países en desarrollo aún deben alcanzar el desarrollo sostenible y las metas de erradicación de la pobreza.

Otro tema fundamental es el del financiamiento, con igual importancia tanto para mitigación como para adaptación. Según la Convención de Cambio Climático, los países desarrollados deben asumir su responsabilidad en proveer financiamiento para la adaptación a los efectos adversos del cambio climático que afectan a los países en desarrollo. Los países desarrollados intentan evadir su responsabilidad en el tema del financiamiento, por lo cual se debe establecer una clara relación entre financiamiento y los mecanismos requeridos para atender las necesidades de adaptación, la transferencia de tecnología y la construcción de capacidades que requieren los países en desarrollo.

Los países en desarrollo enfatizaron que los compromisos de financiamiento deben ser legalmente vinculantes dentro del Acuerdo, y no como pretenden hasta ahora varios países desarrollados que solamente se incluyan en la Declaración Política de la COP. Los países en desarrollo expresaron que se requiere una hoja de ruta clara en el tema de financiamiento, que incluya metas, cronogramas y fuentes, resaltando que estas deben ser de fuentes públicas, y complementariamente del sector privado. Varios países desarrollados indicaron que no le sería posible asumir compromisos financieros cuantificables.

Los países en desarrollo han enfatizado en las sesiones previas a la COP 20 en Lima, que es fundamental reafirmar que para el Acuerdo del 2015, no sean redefinidos los principios y contenidos de la Convención de Cambio Climático, por lo cual los países desarrollados deben respetar y cumplir dichos principios, y más aún fortalecer su implementación.

– Eduardo Tamayo G. es periodista e integrante del Consejo de ALAI.

(Con la colaboración de Helga Serrano Narváez)

Notas

[1] Fidel Castro, El derecho de la humanidad a existir, Instituto Cubano del Libro, La Habana, 2012, p. 56

[2] Ibid, p. 57

[3] Los gases de efecto invernadero están compuestos por el dióxido de carbono (CO2), el metano, el vapor de agua, el óxido nitroso, los clorofluorocarbonos y el hexafluoruro de azufre que producen un efecto de invernadero natural, que permite que no se congele el agua en el mundo. La acumulación de estos gases como producto de las actividades humanas como la combustión de derivados de petróleo, deforestación, manejo inadecuado de la basura, entre otros, está elevando la temperatura del planeta, dando origen al caos ambiental. (El Telégrafo, Ecuador, 1-04-2012)

[4] Fander Falconí, Cambio climático y activos tóxicos, América Latina en Movimiento N° 498, Quito, septiembre 2014. http://alainet.org/publica/498.phtml

[5] Martín Khor, Mensajes del fin del mundo, Agenda global, Instituto del Tercer Mundo, Montevideo, 14-11-2014

[6] IPCC, 2014: Cambio climático 2014: Impactos, adaptación y vulnerabilidad, Organización Meteorológica Mundial, Ginebra, Suiza.

[7] Xavier Caño Tamayo, Cambio climático y capitalismo (26-09-2014), América Latina en Movimiento http://alainet.org/active/77486

[8] Víctor Mendoza Andrade, Contencioso del cambio climático, El Telégrafo, Ecuador, 7-10-2014

[9] Silvia Ribeiro, Injusticia climática y geoingeniería, América Latina en Movimiento N°498, Quito, septiembre 2014. http://alainet.org/publica/498.phtml

[10] Maxime Combes, Clima: ¿es histórico el anuncio de Estados Unidos y China? En realidad, NO, 2014-11-17, http://alainet.org/active/78819

[11]“Los científicos del IPCC por primera vez han calculado un límite superior para tener una probabilidad del 66% de mantener el aumento de temperatura por debajo de 2 °C. Para no sobrepasar este límite, no se podrá emitir más de 1.000 giga toneladas (Gt) de dióxido de carbono en total. Ya se han emitido 531 Gt, que es más de la mitad del presupuesto global. Para comparación: Las reservas comprobadas de fuentes de energía fósil (carbón, petróleo y gas) en el mundo producirán 3.000 Gt de dióxido de carbono. Por consecuencia lógica resulta que se debería dejar en el suelo más del 80% de estas reservas conocidas para evitar una catástrofe climática”. Dirk Hoffman, AR5 – el nuevo informe climático de Naciones Unidas, http://cambioclimatico-bolivia.org/pdf/cc-20131007-AR5__el_nu___.pdf

De Aruanda Patagónica para Instituto Aruandista