A economia solidária e a crise europeia

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Especialistas trocaram visões e experiências acerca da economia solidária ao redor do mundo

Já há algumas décadas, inúmeras experiências de Economia Solidária têm sido desenvolvidas no Brasil. São moedas sociais, cooperativas, coletivos, e diversas outras formas que se materializaram na busca de um novo modo de vida, mais justo, libertário, democrático e sustentável. Tais experiências surgem lideradas por aqueles que, ao se virem excluídos desse sistema, buscam garantir a inclusão e a participação da sociedade civil na resolução de problemas surgidos de uma economia política e socialmente desigual.

Na Europa, que luta para sair de um período de crise que se iniciou nos Estados Unidos há quase dez anos, organizações sociais se uniram no projeto SUZY – Sustainable and Solidarity Economy (Economia Social e Solidária – SSEDAS, em português). Trata-se de uma rede financiada pela União Europeia para a troca de experiências em Economia Solidária e de uma união de forças para impulsionar iniciativas nesse âmbito. O SUZY nasce para exigir políticas públicas de apoio a esses projetos e ações voltadas para a garantia de direitos políticos, econômicos e sociais. Elisabeth Grimberg, coordenadora de Resíduos Sólidos no Instituto Pólis, participou do Tour Economia Social e Solidária 2016, promovida no âmbito do projeto SUZY, que percorreu doze cidades em quatro países europeus: Bulgária, Eslovênia, Croácia e Portugal. Levando exemplos de prática de economia solidária no Brasil, Elisabeth ministrou 11 palestras sobre o tema Políticas Públicas e Inclusão das Cooperativas de Catadores.

Foram trinta e cinco dias compartilhando experiências  vindas de vários lugares do mundo, do dia 20 de maio ao dia 24 de junho. Grimberg teve a oportunidade de conhecer 13 práticas de economia solidária no âmbito rural e urbano por meio de visitas técnicas. Em entrevista, a coordenadora de Resíduos Sólidos comenta sobre o tema e como foram esses dias compartilhando informações e experiências.

Instituto Pólis: O que significa a Economia Solidária?13512107_298421420505866_4026735755240446137_n-300x200

Elisabeth Grimberg: Esse é um conceito que surge em meados da década de 90, cunhado pelo professor Paul Singer, para denominar um conjunto de iniciativas originadas na sociedade civil para a geração de trabalho e renda com gestão autônoma. Sob forma de gestão coletiva e com relações horizontais, as cooperativas garantem a distribuição igualitária dos recursos advindos dessas iniciativas.

IP: A Economia Solidária é vista como uma das alternativas de solução para a crise econômica?

EG: Acredito que cada país está se adaptando de diferentes formas. As visitas que realizei na Bulgária e na Croácia mostraram um número significativo de iniciativas de entidades atuando junto a pessoas em situação de vulnerabilidade: pessoas com necessidades especiais, idosos, pessoas de baixa renda etc. Senti que muitas dessas iniciativas têm caráter de assistência social e são fundamentais para dar suporte às pessoas, mas na visão do Pólis seriam mais exemplos de entidades que substituem o papel do Estado e não promovem exatamente a emancipação social, ainda que o valor deste trabalho seja inquestionável. Já na Eslovênia, as iniciativas apresentadas são voltadas para o questionamento do sistema capitalista e trazem ferramentas para pressionar o Estado e a União Européia, e partem principalmente dos jovens, que pautam, por exemplo, decrescimento econômico (“Degrowth), o pagamento de impostos devidos por grandes empresas (“Justice Tax”) e o comércio justo (“Fair trade”).

No caso de Portugal, pude interagir com experiências de economia solidária, como em Rio Maior, na Terra Chã, em Lisboa, no CIDAC, em Palmela, na Adrepes, onde estão acontecendo ações concretas no território, visto que há uma vitalidade e multiplicidade de iniciativas em curso. Isso embasa fortemente o argumento de que outro tecido socioeconômico é possível ser fortalecido para fazer frente à crise econômica e social que vive a Europa e a grande maioria dos países dos outros continentes.

IP: Como a presença do socialismo soviético nos países do leste influenciou o investimento em Economia Solidária no país?

EG: Na Bulgária, foi fundamental entender o impacto negativo do socialismo no que diz respeito a como foram formadas as cooperativas neste período, dado que foram impostas pelo Estado. Foi interessante esclarecer as diferenças entre a construção imposta e os processos, como por exemplo no Brasil, de criação desde a base das cooperativas, que é um dos significados de Economia Solidária – a iniciativa coletiva, autogestionária, democrática, igualitária. Foi forte constatar as marcas negativas do socialismo sobretudo sobre as pessoas mais velhas. Os jovens que se manifestaram veem alguns aspectos positivos no socialismo e são abertos ao cooperativismo. Existem, portanto, visões divergentes em relação aos benefícios e perdas no período socialista. Já na Eslovênia, os jovens de diversas instituições com os quais tive contato se colocam favoráveis ao cooperativismo e à economia solidária.

IP: O que o Tour trouxe de novo em questões relacionadas à Economia Solidária?

EG: Creio que o cruzamento de projetos que foram apresentados na Eslovênia e em Portugal, especialmente, mas também na Bulgária e Croácia poderia trazer uma nova perspectiva para a discussão de economia solidária, porque trazem para o debate internacional novos rumos para a transformação profunda da sociedade capitalista. O inovador do campo da economia solidária é a existência concreta de projetos, ações em rede e cooperativas que indicam a viabilidade concreta de desenvolvimento com base em modos de vida mais justos, libertários e ambientalmente duráveis.

IP: Qual é a realidade dos catadores de materiais recicláveis nos quatro países?

EG: Na Bulgária e Portugal, parece haver realidades similares ao Brasil, onde existem  catadores avulsos que coletam recicláveis nas ruas, mas sem estarem organizados de forma associativa. Foi possível ver várias cenas, especialmente em Gabrovo, na Bulgária. Também surgiu nos debates a reflexão de que este serviço ser realizado não apenas pelas grandes empresas, em geral multinacionais, mas também por redes de cooperativas, o que geraria uma nova frente de trabalho socialmente inclusivo.

 

Assista também ao vídeo elaborado pelos organizadores da Tour Economia Social e Solidária:

Elisabeth Grimberg faz um balanço da Tour Economia Social e Solidária 2016 e deixa sugestões para a conciliação da preservação ambiental e da inclusão social, no âmbito da gestão de resíduos sólidos urbanos.

 

Fonte: Instituto Pólis

Argentina, Brasil e Chile: a realidade dos resíduos sólidos

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Países ainda não possuem políticas efetivas de apoio aos catadores e de manejo sustentável de resíduos, afirmam especialistas

No dia 12 de Julho, o Instituto Pólis abriu as portas para a Aliança Resíduo Zero Brasil e a UMAPAZ receberem a chilena Maud Ruiz e o argentino Mirko Moskat, com o objetivo de apresentar os desafios e os trabalhos realizados na luta pela diminuição da produção de resíduos sólidos e pelo tratamento adequado dado a estes. Além deles, estavam presentes Nina Orlow, Victoria Risso e Clauber Leite, da Aliança Resíduo Zero Brasil, Ana Beatriz e Sérgio Rosenberg, da UMAPAZ e Davi Amorim, do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, da ARZB e da Red Lacre, Rede Latino Americana e do Caribe de Recicladores, que procura coordenar políticas de inclusão dos catadores e da qual Colômbia e Brasil são os países participantes mais antigos.

Maud e Mirko atuam, cada um em seu país, coordenando projetos contra a produção de resíduos sólidos, no fomento e na disseminação de uma estrutura de reciclagem que englobe os catadores de resíduos e que seja sustentável, contra os aterros a incineração. Maud Ruiz trabalha na Fundación El Árbol como coordenadora de projetos e na educação ambiental para crianças e adultos; também atua na organização dos catadores, cadastrando e orientando-os e na implementação de pontos limpos, pontos de coleta de resíduos sólidos recicláveis na cidade. Já Mirko Moskat, da organização Taller Ecologista, é coordenador geral e na área de Resíduos Urbanos.

Um dos pontos levantados foi a necessidade de uma integração do movimento e do trabalho dos catadores de resíduos nos projetos de leis sobre resíduos sólidos. No Brasil, existe a Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, que de acordo com o capítulo II deve fomentar e promover a “integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos”. Para além disso, a PNRS prevê o incentivo necessário aos catadores para se organizarem em associações atribuindo funções aos setores governamental e empresarial. Segundo Mirko Moskat, na Argentina não há uma lei ou projetos de lei que incluam a regulamentação ou até o mesmo o reconhecimento do trabalho dos catadores. Por isso, Mirko também trabalha com os catadores para encabeçar e estimular projetos de inclusão da reciclagem popular. No Chile, segundo Maud, a situação não é diferente. Os municípios chilenos não têm interesse em integrar os catadores, além de estimularem as empresas privadas, gerando mais resíduos sólidos. Maud explicou que no Chile, esse é um trabalho sem regras, reflexo de um trabalho não regulamento, sem políticas públicas que os integrem.

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No Brasil, mesmo com a PNRS, as políticas públicas e os projetos de leis diretas encontram obstáculos, inclusive aquelas que objetivam o pagamento pelo serviço feito pelos catadores. Davi Amorim, ao ser questionado como os catadores olham a questão da redução de produção de resíduos sólidos e sobre o pagamento, é enfático ao dizer que “não é somente pelo serviço de reciclagem que deve haver o pagamento, mas também pelo serviço social, de educação, limpeza e de proteção ao meio ambiente.”

É por esta razão que Nina Orlow, da Aliança Resíduo Zero Brasil, dá ênfase para que o pagamento seja feito pelas empresas e indústrias que produzem os resíduos sólidos e não pelo município, como prevê a Política Nacional. São as empresas que têm a responsabilidade sobre aquilo que produzem. Quando se compra um vasilhame de suco, também se paga pela embalagem. Além disso, a municipalidade deve apenas regulamentar, pois se as empresas ficam fora desse processo, vão continuar gerando resíduos sólidos em larga escala e os catadores continuarão recebendo muito pouco pelo trabalho que realizam. “Quando formos equacionar a questão do resíduo zero, a conta não irá fechar”, afirma Nina. No Chile, em maio desse ano, o Ministério do Meio Ambiente do Chile promulgou, junto com a presidenta Michelle Bachelet, a Lei “Reciclaje y Responsabilidad Extendida del Productor”. No entanto, Maud disse que essa lei não tem um regulamento escrito que responsabilize  produtor pela geração de resíduos. Na Argentina, apesar de haver a Lei “General Del Ambiente”, na qual o princípio de responsabilidade afirma que “el generador de efectos degradantes del ambiente, actuales o futuros, es responsable de los costos de las acciones preventivas y correctivas de recomposición”, Mirko reitera que não existem recursos necessários e nem fiscalização, “as províncias fazem o que querem”.

Na contramão da incineração e dos aterros, a compostagem é uma das alternativas para o caminho dos resíduos orgânicos. A PNRS prevê a implantação do sistema de compostagem, mas na prática apenas 0,8% segue esse caminho, segundo o IBGE de 2008. Na Argentina, segundo Mirko, o uso da compostagem na agricultura é proibido, porém existem muitos e produtores que estão usando a compostagem para plantio de maneira segura. Em algumas comunidades do Chile, existem os pontos limpos, para os quais os vizinhos levam seus resíduos já separados. Pode-se dizer que em nenhum dos três países, há a separação correta dos resíduos de rejeitos. Os aterros sanitários ainda são o destino principal para os resíduos e rejeitos na maioria das cidades tanto brasileiras, quanto chilenas e argentinas. Muitas coalizões entre políticos e indústrias dificultam a criação de leis que regulamentem o despejo de resíduos e, inclusive, o trabalho e o protagonismo dos catadores. É o exemplo do atual presidente da Argentina, Mauricio Macri, que tem ligação com a indústria de plásticos.

Foto em destaque: Ocupa.Art

Fonte: Instituto Polis

Posicionamento da ARZB quanto ao veto do projeto de lei que pedia distribuição gratuita de sacolinhas

Adoção de sacolinhas com material bioplástico teve como objetivo coleta seletiva (Foto: Rede Globo)
Adoção de sacolinhas com material bioplástico teve como objetivo coleta seletiva (Foto: Rede Globo)

A Aliança Resíduo Zero Brasil manifesta seu alinhamento ao veto do PL 238/2012, que propunha que sacolas plásticas voltassem a ser distribuídas gratuitamente em supermercados da capital, portanto somos contra a volta de distribuição gratuita de sacolas plásticas em supermercados da capital.

A ARZB entende que a aprovação deste projeto de lei seria um retrocesso para a sociedade e um desserviço pedagógico, considerando o expressivo resultado positivo já atingido com a restrição ao uso das sacolas descartáveis: o estímulo à reflexão sobre a necessidade de novos hábitos e a efetiva adoção de sacolas retornáveis pela população.

Ressalta-se que a restrição no uso de sacolas descartáveis contribui não só para a limpeza urbana e a consequente redução no risco de enchentes e poluição nos corpos d’água, em âmbito local e regional, como também para aliviar os impactos globais, inclusive mudanças climáticas, de toda a cadeia de produção e distribuição do plástico, desde a extração de petróleo.

Veja a notícia do veto da PL 238/2012 abaixo:

O prefeito Fernando Haddad (PT) vetou o Projeto de Lei aprovado na Câmara Municipal de São Paulo que determinava que sacolas plásticas fossem distribuídas gratuitamente em supermercados da capital. O veto foi publicado na edição desta quinta-feira, 21, no Diário Oficial da Cidade.

Na justificativa do veto ao PL 238/2012, Haddad citou a legislação vigente que proíbe a distribuição gratuita de sacolas por questões ambientais. Falou ainda sobre o estímulo ao uso de sacolas reutilizáveis.

“Ao determinar o fornecimento de sacolas plásticas, prática que, como visto, está vedada pela referida lei municipal, a propositura reintroduz ação ambientalmente nociva, a conflitar, pois, com o princípio da vedação do retrocesso ambiental, segundo o qual a tutela ambiental deve sempre seguir em nível crescente, inadmitido o retorno a graus inferiores de proteção”, diz o texto.

Outro motivo apresentado na justificativa é a falta de incentivo ao uso de matéria prima sustentável e de opções de “coleta seletiva de resíduos sólidos domiciliares secos” no projeto de lei.

Projeto

A aprovação em segunda votação do PL 238/2012, dos vereadores Francisco Chagas, Nelo Rodolfo e Vavá, ocorreu no dia 22 de junho, pouco mais de um ano depois de a lei das sacolinhas entrar em vigor. Pela lei, os supermercados não podem mais entregar as antigas sacolas e precisaram substituí-las por modelos padronizados nas cores verde e cinza.

Atualmente, os estabelecimentos cobram R$ 0,08 por sacola, mas há locais em que elas saem por R$ 0,10. Em 2011, uma lei chegou a proibir a distribuição de sacolas em estabelecimentos comerciais da capital.

Fonte: A Tarde/UOL

 

Toneladas de frutos e legumes vão para o lixo porque são feios

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PEDRO CORREIA/GLOBAL IMAGENS

Agricultores portugueses dizem que quase 30% da produção anual não chega a ser comercializada porque apresenta defeitos na cor, no formato ou no tamanho

O “culto da perfeição” está a fazer que os americanos deitem para o lixo quase tanta comida como a que consomem. Por apresentarem pequenos defeitos ou escaparem aos padrões definidos, muitas toneladas de alimentos não chegam aos supermercados e, em muitos casos, ficam a apodrecer nos campos. Por cá, é estimado que os portugueses desperdicem um milhão de toneladas de alimentos por ano, o equivalente a 17% do que é produzido. Tal como nos EUA, muitas toneladas de vegetais e fruta são descartadas por não serem “perfeitos”.

Uma grande quantidade de produtos frescos produzidos nos EUA é deixada a apodrecer nos campos, usada para alimentar gado ou depositada nos aterros, devido a padrões de beleza “irrealistas e inflexíveis.” A informação é avançada pelo jornal The Guardian, que entrevistou agricultores, distribuidores e outras pessoas ligadas ao setor alimentar.

De acordo com as estatísticas oficiais do governo norte-americano, cerca de 60 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas anualmente, o que corresponde a um terço da produção. Mas o novo estudo aponta para uma realidade mais dramática: metade do que é produzido não chega aos consumidores. Isto não só aumenta a fome e a pobreza, como tem graves consequências ambientais.

Em Portugal, é estimado que um milhão de toneladas de alimentos seja deitado para o lixo anualmente. “Seguramente, entre 20 e 30% do que é produzido pelos agricultores não é comercializado”, adiantou ao DN João Dinis, dirigente da Confederação Nacional de Agricultores. Em causa estão pequenos defeitos na cor, no calibre ou no formato. “As pessoas têm de se desfazer deles: ou dão ao gado ou vão para o lixo”, explicou o agricultor. Mas, se não houver escoamento, há quem prefira não colher, para não ter mais custos. “Há situações em que o agricultor fica a chorar a olhar para o que não consegue escoar”, explicou.

Apesar de não atingir os padrões de consumo, João Dinis ressalva que “há muita produção nacional que, não tendo a calibragem exigida, é de grande qualidade alimentar”. E o custo da produção recai sobre tudo o que é produzido, pelo que há um grande prejuízo para os agricultores.

Ao DN, Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar contra a Fome, explica que “na agricultura, não se pode falar em desperdício, uma vez que, quando fica no solo, há reposição de matéria orgânica e, noutros casos, a produção é usada para alimentar os animais”. Só quando vão para aterros é que a fruta e os legumes são considerados desperdício. “Se não forem, será excedente.” Não se sabe que percentagem de produção é deixada nos campos, mas Isabel Jonet lembra que “há muitos incentivos para a doação de hortofrutícolas. Os agricultores são pagos para não destruírem o excedente e o doarem aos bancos alimentares”.

Anualmente, o Banco Alimentar distribui cerca de 30 mil toneladas de alimentos. “75% são excedentes alimentares, que seriam destruídos, com impacto ambiental e custos associados”, adianta.

Para combater o problema, os americanos estão a criar serviços de venda de produtos que fogem aos padrões de beleza, à semelhança do que acontece em Portugal com o projeto Fruta Feia, que desde 2013 evitou que 300 toneladas de fruta e legumes fossem descartados. Joana Baptista, membro da cooperativa, explicou ao DN que compram aos agricultores “produtos que têm um defeito estético – problemas na forma, cor, tamanho – mas que têm a mesma qualidade”, para serem colocados em cestas e vendidos nos pontos de distribuição. As mais pequenas (três a quatro quilos) custam 3,5 euros e têm sete variedades de produtos, as maiores (seis a oito quilos) têm oito variedades e custam sete euros.

“Os olhos também comem e a estética é apelativa, mas as pessoas que consomem Fruta Feia ligam à qualidade e não à aparência”, diz Joana Batista, acrescentando que o movimento trabalha para “inverter a tendência” do culto da perfeição.

Nos últimos anos, várias organizações mostraram-se empenhadas em reduzir a quantidade de alimentos que vai para o lixo ao longo de toda a cadeia. Ana Isabel Morais, diretora-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, diz que “há muito que o setor desenvolveu políticas, ações e parcerias para encaminhar para reutilização o que pode resultar em desperdício”. Entre outras medidas, procura fazer “uma gestão mais eficiente de stocks, embalagens adequadas ao perfil do consumidor, transformação de excedentes, formação de colaboradores”. Em Portugal, a Assembleia da República declarou 2016 como Ano Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, tendo sido lançadas várias recomendações nesse sentido.

Fonte: DN Portugal

Chega de embalagens! Grande rede de supermercados brasileira passa a vender a granel

Ainda não estamos no nível de Berlim ou Paris, onde já existem supermercados 100% semembalagens, mas estamos dando bons passos rumo ao fim dos descartáveis. O mais recente deles envolve a grande rede de supermercados Pão de Açúcar, que passou a vender a granel.

São mais de 40 tipos de produtos oferecidos sem embalagens nas gôndolas – entre grãos, sementes, cereais, chocolates, chás e frutas desidratadas – para aqueles consumidores que sentem arrepios só de pensar em plástico insulfim, bandejinhas de isopor e embalagens de papelão que servem unicamente para proteger outra embalagem (alguém explica o sentido?).chega-embalagens-grande-rede-supermercados-brasil-passa-vender-granel

Os clientes podem trazer vasilhames reutilizáveis de casa para armazenar os produtos ou, então, comprá-los no próprio mercado. Por enquanto, há quatro opções de potes de vidro à venda, que variam de preço e tamanho.

A loja da Avenida Ricardo Jafet, na cidade de São Paulo, foi a primeira a receber a iniciativa, batizada de Reutilizar #PraSerFeliz. A intenção é expandir cada vez mais o número de unidades que participam do projeto e também o número de itens vendidos a granel. Segundo a administração do Pão de Açúcar, até o fim de 2016, deve subir para 60 o número de produtos sem embalagem disponíveis nas gôndolas dos mercados da rede.

Que a iniciativa cresça e sirva para fomentar o debate sobre esse tipo de comércio, tão antigo e ao mesmo tempo tão atual. Já parou para pensar na quantidade de lixo que deixaríamos de produzir (e também no montante de dinheiro que economizaríamos) se toda vez que fossemos ao mercado, comprar um shampoo, detergente ou biscoito, levássemos nossas próprias embalagens?

 

Fonte: The greenest post

Residência Resíduo Zero teve mostra de resultado em junho

No mês de junho a Sociedade Resíduo Zero, polo da Aliança Resíduo Zero Brasil em Goiânia, realizou seu primeiro seminário Resíduo Zero sobre o Projeto Residência Resíduo Zero. O evento aconteceu no auditório da FIEG, que teve como abertura a apresentação da Orquestra Sinfonia do Cerrado, regida pelo maestro Levi Teixeira.

Neste dia, estiveram presentes palestrantes nacionais e internacionais, e da Embaixada dos EUA no Brasil, que IMG-20160616-WA0025apresentaram conteúdos relevantes à temática Resíduo Zero. Entre os presentes estavam Clauber Leite e Nina Orlow, co-promotores de ARZB.

O seminário teve como objetivo mostrar os resultados do Projeto Residência Resíduo Zero, que conseguiu atingir a meta geral de 50% de redução de resíduos, desde a compra até o destino final, dos recicláveis para a coleta seletiva de Goiânia e cooperativas de catadores, e a compostagem de orgânicos feita nas próprias residências.

O idealizador e coordenador da iniciativa, o Eng. Diógenes Aires de Melo, destacou que a Aliança Resíduo Zero Brasil foi influente em sua trajetória neste projeto. E, segundo Clauber Leite, o ponto positivo deste Projeto foi a capacitação, não apenas das famílias que receberam as composteiras, mas de toda a equipe envolvida.

O evento contou também com “Feira e Exposição com a temática Resíduo Zero de parceiros do Projeto, e premiação das melhores residências e voluntários.

O fechamento do evento se deu com a apresentação do vídeo que compilou e apresentou os resultados do projeto e com a apresentação de depoimentos dos participantes expondo suas experiências sobre o Projeto Residência Resíduo Zero.

Para conhecer mais sobre o Projeto acesse http://www.residenciaresiduozero.com.br/.

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Polo da ARZB em Goiania lança Projeto Resíduo Zero

Não geração de resíduos, reutilização e reciclagem no enfrentamento do aquecimento global

Por Caroline Oliveira e Victoria Risso*

Com o objetivo de discutir a influência dos resíduos sólidos no clima, aconteceu na ultima quarta-feira (7) o 2º Encontro do Ciclo de Diálogos Resíduo Zero

 

Resíduos sólidos, mitigação dos gases de efeito estufa (GEE) e geração de energia foi o tema do 2º Encontro do Ciclo de Diálogos Resíduo Zero, uma parceria entre Aliança Resíduo Zero Brasil e UMAPAZ, Departamento de Educação Ambiental da Secretaria do Verde e Meio Ambiente.  O evento aconteceu na última quinta-feira (07) e contou com a presença de Laura Ceneviva, do Comitê Municipal de Mudanças do Clima e Ecoeconomia de São Paulo, Dimitri Auad, do Conselho Estadual do Meio Ambiente e membro da ARZB, Clauber Leite, co-promotor da ARZB, e Bruna Costa, da Empresa Biogás Ambiental. A mesa ainda teve a moderação de Elisabeth Grimberg, coordenadora de Resíduos Sólidos do Instituto Pólis e também co-promotora da ARZB.

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Da esquerda para direita: Bruna Costa, Clauber Leite, Elisabeth Grimberg, Dimitri Auad e Laura Ceneviva

O que embasou o Ciclo de Debates foi a necessidade de se discutir o que se tem feito e qual é o destino dos resíduos sólidos na interface com o clima. Segundo Dimitri Auad, o balanço energético entre a produção e o produto final é favorável quando se utiliza matéria prima vinda de reciclagem. Isso porque explorar mais recursos naturais para produzir os produtos demanda mais processos industriais, os quais demandam energia na retirada dos recursos, no transporte e na transformação destes. Inclusive, assim como Laura Ceneviva bem pontuou, efeito estufa e aquecimento global são diferentes. Efeito estufa é um fenômeno esperado, o problema surge com o aumento dos gases de efeito estufa e desemboca no aquecimento global desenfreado.

Diante disso, a necessidade de uma política de bens duráveis também foi pauta do Ciclo de Debates. A questão é uma das frentes de atuação da Aliança Resíduo Zero Brasil, visto que a emissão GEE se relaciona com a produção e o manejo de resíduos sólidos. Atrelada a essa política de bens duráveis está a ideia do consumo responsável e sustentável. É essencial diminuir a produção de produtos a partir de novas matérias-primas e fomentar a produção de bens duráveis ou reciclados, uma vez que com isso diminui a demanda de processos industriais que se utilizam de energia, diminuindo também a emissão de GEE.

Dentro da esfera municipal, Laura Ceneviva fez um panorama sobre a cidade de São Paulo acerca da produção de resíduos sólidos. Segundo Laura, a perspectiva é que até o ano de 2034 apenas 20% dos resíduos gerados em São Paulo sejam destinados aos aterros sanitários, segundo o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, o que diminuiria significativamente a emissão de metano na cidade. Atualmente cerca de 11 mil toneladas por dia de resíduos sólidos da cidade são destinados aos aterros. E somente 2,5% de resíduos são utilizados em reciclagem.

Também foi falado sobre o Programa de Compostagem de feiras no Bairro da Lapa na cidade de São Paulo, que constitui uma alternativa de tratamento adequado e sustentável, além de educar a população e incentivá-la a realizar a compostagem em suas casas, através do Programa Composta São Paulo, ambos os programas são da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – Amlurb.

Quando se fala em geração de energia relacionada a resíduos sólidos, devemos eliminar a ideia de incineração, mas investir na biodigestão e na capacidade que temos de diminuir a demanda energética através da utilização de matéria prima vinda da reciclagem. A reutilização, e a não geração de resíduos são as prioridades na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

*Caroline Oliveira compõe a equipe de Comunicação do Instituto Pólis; Victoria Risso é secretária executiva da Aliança Resíduo Zero Brasil

Confira a agenda dos próximos encontros do Ciclo de Diálogos Resíduo Zero:

3º Encontro – Resíduos sólidos e promoção social: o movimento de catadores na cidade de São Paulo

Dia: 4 de agosto de 2016, quinta-feira

Horário: das 14h as 17h

Inscrições: em breve

4º Encontro – Resíduos sólidos e educação

Dia: 1 de setembro de 2016, quinta-feira

Horário: das 9h às 12h

5º Encontro – Resíduo zero e as alternativas à incineração

Dia: 6 de outubro de 2016, quinta-feira

Horário: das 9h às 12h

Local: Sede da UMAPAZ

Av. Quarto Centenário, 1268. Acesso pelo portão 7A

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Ciclo de Diálogos Resíduo Zero: Participe do 1º Encontro na UMAPAZ

 

 

Mostra Ecofalante tem filme sobre catadores de materiais recicláveis

A partir do filme “O Homem do Saco”, exibido às 19h30, da última terça-feira (28) , no Centro Cultural de São Paulo, os diretores dos filmes responderam às questões sobre situação dos catadores de materiais recicláveis, ainda hoje muito negligenciados. 

O homem do Saco

Na última terça-feira (28) ocorreu o lançamento do filme “O Homem do Saco” na 5ª Mostra Ecofalante, no Centro Cultura de São Paulo, com a presença de dois diretores, Felipe Kfouri e Rafael Halpern, e alguns participantes, como Elisabeth Grimberg, co-promotora da Aliança Resíduo Zero Brasil e Coordenadora de Resíduo Sólidos no Instituto Pólis.

O filme mostra o depoimento de vários catadores avulsos e cooperados associados que contam suas histórias, experiências e o preconceito vivido diariamente. O catador é apresentado como um real agente ambiental que ajuda no retorno dos materiais recicláveis ao ciclo de produção e, também é mostrada sua luta pela valorização da profissão, do pagamento pelo serviço prestado e pelo tratamento e condições dignas de trabalho como catadores de materiais recicláveis.

Segundo os diretores, a “ideia deste filme surgiu da intenção de fazer um curta de ficção cujo protagonista era um catador e, ao tentar escrever um roteiro, percebemos que não conhecíamos direito o modo de viver, falar e trabalhar de um catador e decidimos fazer um curta documentário para entender melhor a sua realidade.” Assim através de cada entrevista realizada, e em um processo de conhecimento, reflexão e questionamento, o curta transformou-se num longa, definindo que ninguém melhor do que os próprios protagonistas para contar suas narrativas.

No final do filme foi levantado um debate sobre os catadores, e os diretores ouviram de muitas pessoas presentes que depois do filme vão olhar com mais atenção para estes seres humanos que muitas vezes passam despercebidos, mesmo possuindo um papel fundamental na cadeia de reciclagem da cidade.

Durante o debate Elisabeth Grimberg comentou seu envolvimento com o tema e disse que o filme traz “vigorosamente a figura do catador”, de sua realidade, e destaca a importância de cobrar do setor privado sua responsabilidade quanto à logística reversa, ou seja, assumirem o custeio da coleta seletiva e o pagamento pelo serviço prestado pelas cooperativas e associações de catadores. Lembrou que as prefeituras podem acessar recursos da União como prevista na PNRS para construção de unidades de triagem operadas por cooperativas de catadores, assim como a aquisição de equipamentos e EPI. Mas o poder municipal não é mais responsável pelo gerenciamento dos materiais recicláveis. Rafael Halpem reforçou a ideia de responsabilidade dos três membros desta cadeia (setor público, privado e membros da sociedade), que todos devem fazer sua parte e ressaltou que há uma geração desnecessária de resíduos pelos fabricantes, tal como a embalagem de pasta de dente. Na percepção dos diretores do filme o debate foi notável por criar um diálogo e uma convivência com os catadores presentes, quebrando muitos paradigmas que a sociedade de forma geral possui.

O filme passará por mais alguns festivais este ano e será exibido em cooperativas e outras organizações aos catadores e público geral. Após essas projeções pretende-se divulgar o filme de forma gratuita para diluir a questão na sociedade.

 

Responsáveis pela realização do filme:

– Rafael Halpern – Formado em comunicação social (FAAP) com MBA em ciências do consumo aplicadas (ESPM). Diretor, montador, produtor e roteirista do filme.

– Felipe Kfouri – Cursou a faculdade de multi-meios (PUC). Diretor, montador, produtor e roteirista do filme.

– Carol Wachockier – Formada em cinema (FAAP), com pós-graduação em direção de fotografia (ESCAC – Barcelona) e certificado em direção pela UCLA (Los Angeles). Diretora, montadora, produtora e roteirista do filme.

DF não cumpre metas da Política Nacional dos Resíduos Sólidos

Aparentemente, as ruas da capital federal são limpas. Entretanto, o Lixão da Estrutural, distante 15km do Plano Piloto, ainda é uma questão a ser resolvida pelo Executivo local. Levantamento inédito do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana do Estado de São Paulo (Selur) mapeou o cumprimento das recomendações da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). O Distrito Federal recebeu classificação C — marca considerada ruim. Com o descarte correto, no aterro sanitário em Samambaia, o DF estaria entre as 10 melhores cidades com mais de 250 mil habitantes do Brasil. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) garante estar passando por modernização.

Para que uma cidade tenha um bom desempenho, foi analisada a conjuntura da limpeza urbana. Atualmente, o Índice de

Lixão da Estrutural/DF
Lixão da Estrutural/DF

Sustentabilidade da Limpeza Urbana (ISLU) do DF é de 0,643. Se os dejetos dos mais de 2,9 milhões de habitantes fossem destinados e tratados corretamente, o número aumentaria para 0,717. A avaliação varia de zero a um ponto. Quanto mais próximo do valor máximo, melhor a conservação. O impacto ambiental da desativação do Lixão da Estrutural levaria o DF para a classificação B do ISLU.

Outro dilema apontado na pesquisa é o baixo nível de recuperação de materiais recicláveis. Apenas 1,29% dos materiais que poderiam ser reaproveitados são recolocados na cadeia de reutilização — esse é o 13º pior nível do país. A média nacional é de 4,08% de reaproveitamento. A melhor marca é a do Paraná, com 8,9%.

De acordo com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), diariamente o brasiliense produz mais de 9 mil toneladas de lixo. Nas últimas cinco décadas, mais de 30 milhões de toneladas foram depositadas sem qualquer tipo de tratamento no Lixão da Estrutural. A intensão é inaugurar o aterro sanitário de Samambaia ainda no segundo semestre. O espaço tem vida útil de 13 anos e capacidade para receber 8 milhões de toneladas de lixo. A sobrevida pode ser ampliada, com a implantação de iniciativas de coleta seletiva no DF. O relatório do Selur aponta que 33% dos problemas de saúde pública e relacionados ao meio ambiente estão diretamente atrelados aos lixões, classificados como ilhas de poluição.

“O grande problema é manter mais de 2 mil catadores trabalhado no local. Essa é uma chaga no coração do país, com uma realidade insólita. Ou Brasília acerta o foco a partir de agora, ou cada vez mais o problema mais ficar sem solução”, criticou Ariovaldo Caodaglio, presidente do Selur. O Lixão da Estrutural é o segundo maior do planeta. Fica atrás somente do localizado em Jacarta, na Indonésia.

Planejamento
Carlos Rossin, coordenador do estudo e diretor de soluções em sustentabilidade de uma empresa de consultoria multinacional, acredita que falta musculatura no desenvolvimento de metas, no planejamento de ações e políticas públicas, além de educação para o meio ambiente. “As pessoas não sabem quanto custa fazer limpeza urbana. Basta colocar o lixo para fora e esperar que ele desapareça”, ponderou. Políticas educacionais para o meio ambiente são diretrizes primordiais para o avanço da sustentabilidade. “A criança que aprendeu práticas ambientais na escola hoje é pai e dissemina essas experiências. Os fatores comportamentais influenciam grandemente na limpeza urbana de um município.”

A análise do Selur gerou dados de 1.721 municípios do universo de 5 mil cidades no Brasil. A base de pesquisa é o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Ancorado no baixo desempenho da limpeza urbana, Ariovaldo elencou três desafios: manter bons níveis de saúde pública, qualidade de vida e questões ambientais. “Limpeza urbana é intimamente ligada a doenças infecciosas, como a dengue. A condição humana de sobrevivência não será mais possível se o meio ambiente continuar sofrendo uma carga altíssima de poluição. Estamos caminhando a passos muito lentos.”

No decorrer do último ano, os especialistas avaliaram a situação da limpeza urbana das cidades. Entre os 10 municípios mais bem classificados, todos são do Sul. A marca é atribuída aos programas de reciclagem e às políticas governamentais, que impedem o funcionamento de lixões.

Fonte: Professor Resíduo

Dia Mundial Sem Sacola Plástica

Cerca de 290 milhões de tonelada de resíduos plásticos são produzidos ao redor do mundo anualmente

 

Hoje se comemora o 7º Dia Mundial Sem Sacolas Plástica, celebrado todo o dia 3 de julho desde 2009. Este dia é uma grande oportunidade coletiva para destacar as campanhas e iniciativas contra o uso de sacolas plásticas dcartelA3_dia_internacional_libre_bolsas_03.07.2014e uso único. Organizado pela GAIA e Resíduo Zero Europa, a iniciativa deste dia surgiu pela Fundació Prevenció de Residus i Consum, e é patrocinada por organizações e alianças internacionais. No mundo todo, a cada ano muitas pessoas e organizações se unem para difundir a importância de gerar consciência sobre o uso das sacolas plásticas, assim como a necessidade de impulsionar leis que permitam sua eliminação gradual e constante.

O plástico no mar

Calcula-se que são produzidos aproximadamente 290 milhões de toneladas de plásticos anualmente ao redor do mundo, e 30% dos produtos são usados uma única vez. Ainda, boa parte desses resíduos chega aos oceanos. Com isso, garrafas e sacolas plásticas hoje formam boa parte de uma ilha flutuante de plásticos visível nos oceanos do mundo.

O que acontece na América Latina

Várias cidades da nossa região têm tomado consciência sobre este crescente problema de contaminação. Na Argentina, Chile, Colômbia, Brasil e Peru existem iniciativas concretas dentro dos municípios, orientadas a eliminar o uso das sacolas plásticas no comércio e fomentar o uso de sacolas retornáveis/reutilizáveis. A campanha internacional busca modificar a lógica do descartável. “Uma drástica redução no uso de produtos e embalagens descartáveis deveriam ser um dos principais focos das políticas públicas que apontem tanto um manejo sustentável dos resíduos como a de um uso racional sobre os bens comuns”, expressam os organizadores da Ação.

Mais informações em www.plasticbagfreeday.org

Abaixo listamos algumas destas campanhas e iniciativas para você se inspirar e trabalhar o desapego a este vilão do meio ambiente que é o plástico:

Bye Bye Plastic Bags : Projeto idealizado por duas irmãs de Bali, que junto com a ajuda de seus colegas, conseguiram ser atendidas pelo governador de Bali que se comprometeu a livrar Bali das sacolas plásticas até 2018. O Aeroporto Internacional de Bali, um dos apoiadores, também planeja implantar a política de acabar com as sacolas plásticas até 2016. Para conhecer mais clique aqui.

Soberania dos Bebedouros: Após protestos dos estudantes, em 2012, as principais universidades dos EUA resolveram combater o uso de garrafas plásticas em seus campi: no início do ano letivo, os calouros são recebidos com garrafas térmicas e um mapa dos bebedouros disponíveis nas instituições. Veja a matéria clicando aqui.

Straw Wars (Guerra dos canudos): Em Londres para diminuir o consumo exagerado desses descartáveis de vida útil muito curta, a campanha Straw Wars (Guerra dos Canudos, em inglês), que surgiu no bairro do Soho, mobiliza o comércio de Londres para parar de oferecer canudinhos. Eles só serão entregues quando o cliente pedir. Veja a matéria clicando aqui.

Joanninha: Inaugurada em 2011, a loja Joanninha não vende brinquedos: só aluga! Dessa forma, as ex-publicitárias Piu e Anna querem incentivar a prática do consumo compartilhado entre as crianças, além do desapego. Para elas, mais importante do que o brinquedo, é o momento da brincadeira. Veja a matéria cliando aqui.