Cooperativa de catadores é exemplo em Economia Solidária

Economia solidária é um conceito baseado na organização da vida social e econômica a partir da autogestão. Mulheres são a vanguarda dessa prática que dá espaço, principalmente, aos mais excluídos do capitalismo. A essência dessa economia é a democracia, na qual prevalece a produção e a renda coletiva.

A União Europeia coordenou um pesquisa de mapeamento de boas práticas relacionadas a economia solidária ao longo de todo o mundo. Essa pesquisa apresentou como um exemplo brasileiro a Coopamare, uma das cooperativa pioneiras de catadores de materiais recicláveis no país. A coordenadora da área de Resíduos Sólidos do Instituto Pólis, Elisabeth Grimberg, participou do vídeo para explicar como funciona a economia solidária dentro das cooperativas e a integração delas com outros serviços de manejo dos resíduos sólidos.

Confira o vídeo Boas Práticas em Economia Solidária – Coopamare:

Ficha técnica
Coordenação internacional: Sabine Klapf e Martin Haselwanter
Coordenadores de pesquisa no Brasil: Bernhard Leubolt e Wagner Romão
Direção e edição: Florence Rodrigues
Fotografia: Gabriel Rodrigues e Fabio Ranzani
Som Direto: Luis Rovai
Entrevistados: Eduardo Ferreira de Paula, Maria Dulcineia Silva Santos, Maria Elisabeth Grimberg, Paul Singer

Produção do vídeo: Florence Rodrigues

Fonte: Instituto Polis

Estudo aponta que plástico é principal depredador dos oceanos

O plástico, em forma de garrafas, sacos ou tampas, é o principal depredador dos oceanos, denunciou nesta terça-feira a ONG Surfrider após um estudo de contaminação em cinco pontos da costa francesa e espanhola.rio-poluído

Com a ajuda de centenas de voluntários, a ONG realizou em 2015 em várias zonas da Grã-Bretanha e do País Basco um estudo dos resíduos que contaminam as praias, a costa e os fundos marinhos, no âmbito de um projeto de alcance europeu.

“Todos os dias oito milhões de toneladas de resíduos acabam no oceano. E 80% da poluição de nossos mares é de origem terrestre e consequência da atividade humana, com repercussões terríveis na biodiversidade e no conjunto de nosso meio ambiente”, afirma o presidente da Surfrider Foundation Europe, Gilles Asenjo, em um comunicado.

Segundo a ONG, o plástico constitui “mais de 80%” dos resíduos nos cinco lugares do estudo. É o caso da praia de Burumendi, em Mutriku (Espanha), onde 96,6% dos 5.866 resíduos recolhidos são de plástico ou de poliestireno.

Na praia de La Barre, em Anglet (França), a proporção é de 94,5% de um total de 10.884 resíduos.
O plástico e o poliestireno também estão presentes em abundância na praia de Porsmilin da localidade francesa de Locmaria-Plouzané (83,3%, 2.945 resíduos).

A proporção é muito menor na praia de Murguita de San Sebastián (Espanha), onde há 61% de plástico e de poliestireno, mas também 18% de vidro.

E na praia de Inpernupe, em Zumaia (Espanha), cerca de metade dos resíduos são vidro (47,9%) e 29,1% são plástico e poliestireno.

Além de plástico, os voluntários também encontraram nos cinco locais do estudo cordas e redes de pesca, guimbas de cigarro, recipientes de comida, tampas, garrafas de vidro e de plástico, sacos e fraldas. Em cada lugar, a Surfrider estabeleceu uma lista dos dez principais resíduos.

Fonte: AmbienteBrasil

Brasil poderia produzir um terço de energia de Itaipu a partir do lixo

Thiago Varella
Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

 

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Brasil teria capacidade para gerar 1/3 da energia elétrica de Itaipu (foto) com resíduos orgânicos

O Brasil tem potencial de produzir 37 milhões de megawatts de energia por meio do biometano, um gás que pode ser obtido a partir da degradação de materiais orgânicos presentes no lixo. Isso equivale a pouco mais de um terço da energia gerada por ano na usina hidrelétrica de Itaipu, no Paraná. Isso é o que indica um estudo feito pela Abiogás (Associação Brasileira de Biogás e Biometano).

O curioso é que o biometano já é produzido no Brasil e desperdiçado –em aterros sanitários, é comum ver tubulações para a saída dos gases. E pior, o gás (CH4) é 21 vezes mais poluente do que o gás carbônico (CO²) e, mesmo assim, é emitido na atmosfera. A sua utilização como fonte de energia eliminaria esse problema ambiental.

“O biometano pode ser usado como fonte de energia para produzir energia elétrica através de um gerador, pode ser usado como combustível veicular exatamente da mesma forma como o gás natural. E também pode ser usado em caldeiras, produzindo calor”, explica o pesquisador Odorico Konrad, professor da Univates e doutor em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade de Leoben, na Áustria.

Nas contas da Abiogás, a produção anual de biometano poderia chegar a 23 bilhões de metros cúbicos no Brasil. A maior parte, 12 bilhões de metros cúbicos, viria de resíduos da cana-de-açúcar usada na produção do álcool. Outros 8 bilhões de metros cúbicos seriam produzidos com rejeitos agrícolas e dejetos de animais como porcos, bovinos e aves. E, finalmente, 3 bilhões de metros cúbicos, oriundos do saneamento urbano, ou seja, do lixo orgânico e dos esgotos domiciliares e industriais.

No entanto, hoje em dia o uso do biometano como fonte de energia é quase inexistente. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil usa pouco mais de 0,05% do gás na matriz energética.

E por que não usamos?

Os problemas, segundo o presidente da Abiogás, Cícero Bley Jr, são vários. Por ausência de normas não há confiança no biometano –o que ele considera um erro– e o modelo de produção de energia por biometado é descentralizado, o oposto do utilizado nas outras fontes energéticas.

“As empresas de distribuição de energia têm um encaminhamento para grandes negócios de energia. O biogás não se aplica dessa maneira. Está colocado no território de maneira descentralizada. Isso é difícil para o setor elétrico nacional.”

O biometano seria um negócio de pequenos investidores, pois seriam necessários biodigestores próximos aos locais onde estão os resíduos. O professor Konrad cita como exemplo o caso alemão. “A Alemanha tem hoje mais de 8.000 biodigestores instalados produzindo energia.”

Bley lembra que, por não ser negócio grande, o biometano “fica fora das grandes discussões do governo”.

Investimento

De acordo com o estudo da Abiogás, o custo desta forma de energia é de 30% a 40% mais baixo do que o que atualmente gastamos. Para se ter uma ideia, a produção de 1 megawatt de energia com biometano custa R$ 2,5 milhões, contra R$ 3 milhões com uma microcentral hidrelétrica e R$ 5 milhões com a solar.

Os custos de implantação de um biodigestor varia conforme o volume de gás a ser produzido, afirma Bley. O retorno do investimento, segundo ele, se dá em um período entre cinco e sete anos.

Aos poucos, e com iniciativas independentes, o biometano vai sendo utilizado no país. Recentemente, um ônibus foi movido em Itaipu com biogás gerado por galinhas.

“Percorremos 3 mil km com esse combustível. Vindo de 100 km de distância de Itaipu. Esse ônibus com motor a 100% de biogás andou sem nenhum problema. Itaipu comprou 40 carros Siena tetrafuel, disponível no mercado, com gás natural comprimido. Em vez disso, colocamos o biometano comprimido”, contou Bley.

 

Fonte: UOL Notícias

Política Nacional de Resíduos Sólidos continua a enfrentar desafios para sua implementação

Auditores do TCU estiveram em reunião com a coordenadora de Resíduos Sólidos do Instituto Pólis para levantar as principais dificuldades

Household dust on a city dump

O Tribunal de Contas União está realizando processo de auditoria para detectar lacunas e dificuldades relacionadas à governança na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos- PNRS. Trata-se de um levantamento que cujo produto final trará determinações e recomendações que possam contribuir para fazer avançar mais rapidamente as ações necessárias para garantir a gestão sustentável dos resíduos sólidos. Este relatório será encaminhado aos ministros do TCU e ao Governo Federal.

A coordenadora de Resíduos Sólidos do Instituto Pólis, Elisabeth Grimberg, foi entrevistada por Bruno Lyra e Carlos Lustosa, auditores do TCU, que vieram a São Paulo consultar organizações e especialistas sobre a efetivação da Lei Nº 12.305 que instituiu a PNRS. Também participaram da reunião, a convite do Pólis, o engenheiro ambiental Clauber Leite e a estudante de Gestão Ambiental, Victoria Risso.

A PNRS foi aprovada em 2010 após intenso diálogo entre instituições públicas e movimento dos catadores e socioambientalistas. Elisabeth afirma que a política ainda enfrenta vários desafios, como a efetiva implementação dos Planos Municipais de Gestão de Resíduos Sólidos. Neles, deve constar a diretriz para a coleta seletiva em três tipos: resíduos orgânicos, recicláveis e rejeitos e são poucos os que indicam esta nova modalidade de coleta diferenciada, que é pressuposto para garantir o tratamento adequado dos resíduos orgânicos, sob forma de compostagem e/ou biodigestão, e dos recicláveis na sua cadeia de transformação .

Os resíduos orgânicos (cerca de 60% do total de resíduos gerados no Brasil), de acordo com a PNRS, devem ser destinados a compostagem e são de responsabilidade do poder público municipal. Os recicláveis, que são aproximadamente 30% dos resíduos domésticos, devem ser recuperados pelo sistema de logística reversa, ficando à cargo do setor privado, que deve garantir o custeio da coleta seletiva, integrando e remunerando as cooperativas de catadores pelo serviços que já prestam e venham a prestar. Apenas o terceiro tipo, os rejeitos, que correspondem a cerca de 10% do total de resíduos, devem ser destinados a aterros sanitários.

Clauber Leite, colaborador do Pólis, também destacou que instituições estatais de financiamento, tais como BNDES e Caixa Econômica não devem financiar incineradores.  “Isso vai no sentido contrário ao que a Lei destaca que é a não geração, redução, reutilização, reciclagem”, comenta o engenheiro. Essa alternativa gera altos impactos ambientais e para a saúde humana provocadas pelas emissões produzidas na queima de plásticos e outros materiais, além de destruir materiais que ainda tem uma vida útil a cumprir e que quando reaproveitados e reciclados trazem economia de recurso naturais e benefícios ao meio ambiente.

Fonte: Instituto Pólis