Participe com a Aliança Resíduo Zero Brasil na Mobilização Mundial pelo Clima

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Reunião da Mobilização Mundial pelo Clima em 23 de setembro na sala Crisantempo.

 

Já no clima da COP21 a Aliança Resíduo Zero Brasil está participando das reuniões preparatórias da Mobilização Mundial pelo Clima, que ocorrerá em São Paulo no dia 29 de novembro, véspera da COP21.

No ano passado foram mobilizadas em todo o mundo 700 mil pessoas na Marcha do Clima. Este ano teremos em São Paulo uma caminhada da Avenida Paulista para o Parque do Ibirapuera com oficinas culturais e educativas.

Vamos pressionar os líderes políticos do Brasil e do mundo a adotarem metas pela redução dos gases de efeito estufa.

Em todo mundo e também no Brasil estamos perdendo espécies de animais por causa do aquecimento global, ecossistemas estão sendo alterados e populações estão se tornando refugiados climáticos.

Vamos pressionar por um futuro melhor, diferente do apontado pelos cientistas para o atual aquecimento climático.

Estão engajadas nessa mobilização as entidades:

Avaaz

Bolsa de Valores Ambientais (BVRio)

Ceará pelo Clima

Cidade Ativa

Climáx Brasil

Coletivo Sistema Negro

Engajamundo

#EuVoto

Greenpeace Brasil

Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC)

Imargem

Instituto Pólis

Minha Sampa

Observatório da Política Nacional de Resíduos Sólidos

 

Participe você também! Acesso https://www.facebook.com/mobclimasp?fref=ts

Compartilhe e venha para as reuniões da mobilização!

 

De Juliana Belko, para a ARZB.

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ALIANÇA RESÍDUO ZERO BRASIL REALIZA VISITA TÉCNICA AO CEAGESP

Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) do CEAGESP. Fonte: Revista Exame
Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) do CEAGESP. Fonte: Revista Exame

Neste mês de setembro Elisabeth Grimberg e Clauber Leite, copromotores da ARZB, estiveram no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) do CEAGESP na capital paulista para conhecer os planos de compostagem do maior entreposto de alimentos da América Latina.

Angelo Bolzan, Coordenador de Desenvolvimento Sustentável e Ubiratan Martins Ferraz, também da Coordenadoria de Sustentabilidade, receberam os representantes da ARZB. Após conhecer os objetivos e trabalhos da Aliança eles apresentaram que o ETSP e os demais 12 entrepostos do Estado estão estudando soluções para seus resíduos orgânicos no processo de armazenamento e transporte do campo à mesa.

Essas soluções levam em conta tanto a sustentabilidade ambiental como econômica, estando entre elas a biodigestão para a produção de adubo orgânico.

O ETSP possui uma área de 700 mil m² e produz em torno de 150 toneladas de resíduos ao dia. Nele são comercializados produtos vindo de 1.500 municípios de 22 estados brasileiros e também de 19 países. Os compradores são principalmente feirantes, supermercados, peixarias, restaurantes e sacolões.

Desde 2003 o Banco GEAGESP de Alimentos (BCA) coleta, seleciona e distribui alimentos oferecidos por produtores e comerciantes atacadistas (permissionários) para entidades sociais do Estado de São Paulo, estando presente na capital e nos entrepostos de Araçatuba, Araraquara, Bauru, Franca, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba. Desde então são distribuídas aproximadamente 167 toneladas de alimentos por mês para mais de 160 instituições só na capital paulista.

A Aliança Resíduo Zero Brasil acompanhará as ações do CEAGESP em busca de soluções sustentáveis para os seus resíduos.

Por falta de aterro ou entrave, lixo em SP viaja até 224 km a destino final

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Texto publicado nesta segunda-feira, 28 de outubro, na Folha de São Paulo aponta dados divulgados pela CETESB sobre a destinação final dos resíduos dos municípios paulistas que não possuem aterro sanitário.

Segundo o estudo 235 municípios despejam resíduos à quilômetros de distância em aterros particuláres e municipais de outros municípios.

Veja a matéria completa em: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/09/1687275-por-falta-de-aterro-ou-entrave-lixo-em-sp-viaja-ate-224-km-a-destino-final.shtml

Integre sua entidade à Mobilização Mundial pelo Clima

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A ação política deve ser imediata! Nossos/as governantes continuam tímidos nas negociações e na apresentação de metas. O Brasil, sétimo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, precisa dar exemplo e ser mais ousado em suas metas.

Como ação urgente e imediata desta luta, convocamos a todas e todos para se reunirem conosco no dia 29 de novembro de 2015, às 14 horas, na Avenida Paulista (vão livre do MASP), em São Paulo, na Mobilização Mundial pelo Clima.

No dia 29 de novembro, um dia antes de os/as líderes se reunirem em Paris, vamos realizar a maior mobilização da história contra as mudanças climáticas. Em São Paulo, faremos oficinas culturais e educativas na Avenida Paulista e uma passeata até o Parque Ibirapuera. Esta mobilização segue os passos do movimento global que mobilizou cerca de 700 mil pessoas pelo mundo na Marcha do Clima de setembro de 2014. Agora, vamos unir as pessoas em prol de metas de redução de gases de efeito estufa ambiciosas, que respeitem as diferenças entre países, mas que reflitam a vontade popular de proteger nossas cidades e todas as formas de vida que habitam este planeta.

Uma meta revolucionária é possível. Deve envolver a transformação das matrizes energéticas globais, com a descarbonização e priorização de fontes renováveis e limpas, o combate ao desmatamento global e o reflorestamento de áreas já desmatadas. As metas que os países apresentarão em Paris poderão mudar o mundo para melhor. Há anos, a sociedade civil luta por um novo modelo de desenvolvimento e vem mostrando, com experiências concretas, que ele é possível.

As mudanças climáticas são um tema de interesse universal. Ao falar de clima, pensamos em nossas lutas cotidianas, em uma sociedade menos pautada pelo consumismo, que promova formas de trabalho justas, matrizes energéticas renováveis, mobilidade e cidades sustentáveis, o cuidado com nossas águas, produção de alimentos e nossas florestas. Um acordo como este que será firmado em Paris, com impacto tão grande em nosso modo de vida, não pode passar despercebido pelos povos e nações.

Nós, organizações, coletivos e redes abaixo-assinados, nos comprometemos com a luta de combate às mudanças climáticas e um desenvolvimento justo e sustentável. Juntos, pedimos ao governo brasileiro e aos/às líderes mundiais que cheguem a um acordo e apresentem soluções para frear a mudança do clima.

Assinam:Organizações, coletivos e redes:

Avaaz

Ceará pelo Clima
Cidade Ativa
Climáx Brasil
Engajamundo
Greenpeace Brasil
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC)
Imargem
Instituto Pólis
Minha Sampa
Acesse https://pt.surveymonkey.com/r/TB87WWH e cadastre sua entidade para participar.

Dos ODM para os ODS: resultados e desafios

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Da esquerda para a direita: Nina Orlow (Nossa São Paulo e ARZB), Clauber Leite (ARZB), Maria Auxiliadora dos Prazeres (COOPERCRAL), Paulo Renato dos Prazeres (COOPERCRAL ehomenageado pelo Estado de São Paulo), Juliana Belko (ARZB) Elisabeth Grimberg (Instituto Pólis e ARZB) e Delaine Romano (Fórum para o Desenvolvimento da Zona Leste e ARZB)

Na noite de terça-feira, 22, ocorreu durante a Conferência Ethos 360º diálogo sobre a transição dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM) para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) criados, pela Organização das Nações Unidas, ONU. A nova Agenda 2030, inclui 17 ODS e 169 metas a serem alcançadas, por todos os governos signatários, nos próximos 15 anos.

Participaram do encontro: Caio Magri, Diretor executivo do Instituto Ethos, Gilberto Carvalho, Presidente do Conselho Nacional do SESI, Jorge Abrahão, Diretor-presidente do Instituto Ethos, Percival Caropreso, Fundador e presidente da Setor Dois e Meio Comunicação de Marketing, Renata Seabra Diretora executiva da Rede Brasileira do Pacto Global, Rodrigo da Rocha Loures, Secretário executivo do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade e Sérgio Andrade, Diretor executivo da Agenda Pública.

Destacamos alguns pontos do diálogo, todos convergindo para uma perspectiva promissora da nova Agenda 2030 a ser aprovada agora em Setembro pela ONU.

Jorge Abrahão, diretor-presidente do Ethos falou que começamos a reconhecer os impactos humanos no planeta e as mudanças climáticas. Segundo ele o Brasil conseguiu avançar em algumas políticas públicas por conta dos ODM e agora precisamos verificar como as empresas podem se integrar a os ODS, com uma agenda de mobilização com de impacto nacional e local. É estratégia dos ODS reunir agendas públicas, empresas, o terceiro setor e pensar os seus objetivos de forma integrada.

Com outro enfoque Percival Caropreso, fundador e presidente da Setor Dois e Meio Comunicação de Marketing, abordou a simplicidade, a linguagem direta e objetiva dos símbolos dos ODM baseada s em placas de trânsito, a mesma linguagem proposta agora para os ODS.

Foi exibido um vídeo mostrando o sucesso dos símbolos durante a campanha dos ODM, idealizados pelo Percival e utilizados pelo mundo todo.

A Rede Brasileira do Pacto Global, criada em 2005 pela ONU visando trazer o setor empresarial para esta discussão. foi representada pela diretora executiva Renata Welinski da Silva Seabra, que ressaltou a importância dos impactos das obras governamentais no meio ambiente e na sociedade. Lembrou –nos da situação dos índios no Mato Grosso do Sul e das comunidades internacionais.

Gilberto Carvalho, ressaltou que os avanços dos ODM no Brasil, foram conquistados principalmente com a parceria entre o governo e a sociedade, numa perspectiva democrática e participativa, e destacou  que a nova Agenda terá continuidade nos avanços, desde que mantida essa mesma força, resultante da responsabilidade dos governos e da participação, cooperação e solidariedade coletiva.

Ao final foram homenageadas lideranças estaduais que atuaram no processo dos ODM e receberam troféus simbolizando a passagem dos ODM para os ODS, produzidos pela Cooperativa Dedo de Gente do Vale do Jequitinhonha.

Um dos homenageados pelo Estado de São Paulo foi o senhor Paulo Renato dos Prazeres*, cooperado da Cooperativa Cratera Limpa, COOPERCRAL, localizada em Parelheiros, no bairro Vargem Grande, na Cratera de Colônia, patrimônio geológico do município de São Paulo.

Estiveram presentes representando a Aliança Resíduo Zero Brasil: Delaine Romano, Juliana Belko, Nina Orlow, Elisabeth Grimberg e Clauber Leite.

 

Por Juliana Belko, para o portal ARZB.

 

*Paulo Renato dos Prazeres tem 63 anos e é catador de materiais recicláveis desde 2005.

Foi fundador e trabalha na Cooperativa de Catadores de Parelheiros Cratera Limpa, COOPERCRAL, que fica dentro da Cratera da Colônia, Vargem Grande, Parelheiros.  A cratera foi originada pelo impacto  de meteoro, estimado com 200m de diâmetro,  há milhões de anos e é patrimônio geológico da cidade  tombado pelo Condephaat. Localizada no extremo sul de São Paulo, hoje é área urbanizada e área de proteção ambiental.

A COOPERCRAL não tem veículo nem sede própria e recebe materiais para reciclagem como  plásticos em geral, celulose,  papelão,  jornal, material ferroso , vidro, garrafas e eletrodomésticos. Faz trabalho de conscientização e nas escolas e na comunidade da região sempre em defesa importância da coleta seletiva, o cuidado com o consumo e o descarte, e no cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos..

Renato integra o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), a Rede Cata Sampa e sempre lutou não só pela melhoria da região e a valorização da categoria de catadores através de formas de produção  cooperativas e populares, mas também apoiando e integrando  diversos movimentos  e iniciativas que melhoram a qualidade de vida e transformam a sociedade tornando a mais justa e sustentável. Ajuda também a promover outras cooperativas e movimentos em prol da coleta seletiva e contra a incineração.

Participa do Movimento Estadual pelos Objetivos de Desenvolvimento do  Milênio,  Nós Podemos São Paulo, desde 2008. Busca sempre participar das reuniões e de iniciativas em prol dos ODM, dedicando-se à causa coletiva, o que significa períodos de ausência na cooperativa de catadores, com o apoio e aval da COOPERCAL, especialmente de sua esposa a Maria Auxiliadora que também é catadora.

Pela sua dedicação e luta pela permanente pelas questões socioambientais e de sustentabilidade na prática, recebe de nós a homenagem.

Produção de copo de plástico gasta mais água do que lavar copo de vidro

Parte da água é reutilizada, mas 500 ml são perdidos.
Para lavar copo na torneira se utiliza 400 ml; na máquina, 100 ml.

A atitude de optar por copos de plástico no lugar dos de vidro, que tem se tornado comum em bares e restaurantes de São Paulo, não constitui uma contribuição verdadeira para se contornar a crise hídrica, como mostrou o SPTV nesta quarta-feira (11).  Devido aos cortes no abastecimento, moradores também aderiram à prática.

Mas para se se fazer um copinho o plástico precisa ser derretido, colocado em uma forma e resfriado. Esse processo exige bastante água. A maior parte dela é reutilizada. Mas, pelo menos, meio litro vai embora.

A produção de copo descartável chega a consumir 500 ml de água, enquanto a lavagem feita na pia utiliza 400 ml, como estimou a Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFSP) Itapetininga. A lavagem na máquina é ainda mais econômica e gasta apenas 100 ml por copo, isto é, apenas 20% do que é gasto para se produzir um copinho plástico.

Os copos mais procurados do mercado tem capacidade para 200 ml de plástico e custa R$ 0,02. O de 300 ml, que custa R$ 0,04, tem o tamanho mais parecido com o copo utilizado em casa. O copo de plástico mais firme, o cristal, custa R$ 0,16 centavos cada.

Para quem está passando pela falta de água para lavar louça, a compra pode ser a solução do momento. A longo prazo, pode contribuir para prejudicar ainda mais o abastecimento.

O Bom Dia São Paulo já mostrou estabelecimentos na Vila Mariana, na Zona Sul, e na Vila Madalena, bairro boêmio da Zona Oeste, já adotaram os copos de plásticos. Alguns consumidores não se acostumam e chegam até a levar o próprio copo de vidro para o momento do brinde.

 

Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/02/producao-de-copo-de-plastico-gasta-mais-agua-do-que-lavar-copo-de-vidro.html

Lixo orgânico vai virar energia limpa no Rio Grande do Sul Lixo orgânico vai virar energia limpa no Rio Grande do Sul

Foi inaugurada em junho a primeira usina de geração de energia a partir do gás de lixo orgânico de aterro sanitário no Rio Grande do Sul. A Biotérmica Energia está pronta para iniciar sua operação.

Localizada no aterro sanitário de Minas do Leão, para onde são levadas cerca de 2 mil toneladas de resíduos de Porto Alegre todos os dias, o local que também recebe resíduos de outros 130 municípios do Estado, produzirá energia suficiente para atender uma cidade com 200 mil habitantes. Com investimento superior a R$ 30 milhões pelo Grupo Solví e Copelmi Mineração, a termelétrica tem potência instalada de 8,55 MW e, a pleno, chegará a 15 MW, gerando energia limpa a partir do resíduo urbano (lixo doméstico) depositado no aterro da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR). Para tanto, utiliza o metano proveniente da decomposição dos resíduos que, em vez de ser queimado e lançado na atmosfera, é aproveitado para produção de energia. Assim, haverá a redução da emissão de CO2 em 170 mil toneladas por ano, contribuindo para a redução de gases do efeito estufa.

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Ambientalmente correta: A produção de energia pela Biotérmica é um processo ambientalmente correto, não apenas de preservação, mas de melhoria do meio ambiente. Ao invés de queimar o metano produzido pelos resíduos urbanos, como ocorre na maioria dos aterros sanitários, este gás será aproveitado para produção de energia limpa. O aterro de Minas do Leão foi um dos primeiros do Brasil a obter crédito de carbono e o primeiro no mundo a incluir uma termelétrica no projeto de crédito de carbono com queima de metano em flare, ou seja, por meio de chama instável.

Fonte: http://sustentarqui.com.br/energia-equipamentos/lixo-organico-vai-virar-energia-limpa-no-rio-grande-do-sul/

Brasil pode reduzir emissão de gases do efeito estufa, dizem especialistas

Diego Freire | Agência FAPESP – O debate sobre o Plano Decenal de Energia 2014, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e em fase de consulta pública, deveria ser um momento estratégico para o país reavaliar sua matriz energética.

“O Brasil deve investir aproximadamente US$500 milhões em infraestrutura energética na próxima década. A forma como o país escolher alocar esses recursos pode prendê-lo a uma infraestrutura de uso intensivo de carbono ou fazer com que avancemos para uma economia de baixo carbono”, alertou Viviane Romeiro, coordenadora de Clima do World Resources Institute (WRI) Brasil e membro do Núcleo de Pesquisa em Políticas e Regulação de Emissões de Carbono (NUPPREC) do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP).

O caminho para uma economia de baixo carbono exige que o Brasil acelere a transição para fontes renováveis e amplie a eficiência energética, investindo prioritariamente em fontes renováveis modernas, como energia solar e eólica, e ampliando a meta de participação da energia renovável de 20% para 30% em 2030. A recomendação consta do relatório Oportunidades e desafios para aumentar sinergias entre as políticas climáticas e energéticas no Brasil, elaborado pelo WRI e pela USP, com propostas de medidas para políticas voltadas à redução de emissões de gases do efeito estufa pelo país, apresentado na segunda-feira (21/09), em São Paulo (SP).

De acordo com o estudo, a porcentagem de energias renováveis na matriz energética brasileira vem caindo. De 2009 a 2014, a participação diminuiu de 47% para 39,4% – ainda superior à média mundial, de 13%, mas com tendência de continuar a cair se o investimento majoritário for para os combustíveis fósseis, como é previsto.

O relatório do WRI alerta que o Plano Decenal de Energia do governo federal, referente ao período de 2014 a 2023, prevê a destinação de mais de 70% dos investimentos no setor para os combustíveis fósseis. Somente 22% dos recursos iriam para energias renováveis.

Para que o país caminhe para uma economia de baixo carbono é preciso mudar sua matriz de energia e ampliar o impacto de políticas relacionadas ao uso de energia nos principais setores de emissão: transporte, indústria e geração de energia elétrica. Atualmente, o Brasil é o sétimo maior emissor de gases do efeito estufa.

“Sabemos onde reduzir as emissões e onde estão os maiores impactos do setor energético: no consumo de combustíveis fósseis para geração de eletricidade, para os transportes, para as indústrias e, indiretamente, para o consumo induzido pelas edificações comerciais e residenciais ao utilizarem energia e gás”, disse Oswaldo Lucon, membro do IEE e um dos responsáveis pelo relatório.

Entre as medidas recomendadas estão o aumento da economia de combustíveis e o investimento na transição para transportes de baixo carbono, a oferta de incentivos para eficiência industrial, a conciliação das políticas energéticas e climáticas e o fortalecimento do processo de planejamento com as políticas nacionais e internacionais.

O estudo recomenda também que o país priorize fontes modernas de energias renováveis, especialmente as energias eólica e solar, ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios apresentados pelos projetos hidrelétricos de larga escala.

José Goldemberg, presidente da FAPESP, destacou que as medidas apresentadas para o cenário de energia brasileiro contribuem para a definição de alternativas sustentáveis, permitindo que o país desse um salto de desenvolvimento. “Inovação e competitividade na indústria exigem ideias novas e há uma expectativa muito grande sobre o que o Brasil vai fazer a respeito. É preciso que cada país faça proposições na direção do progresso”, afirmou.

Ele destacou, na ocasião, o papel que a ciência pode exercer no processo gradativo de diminuição do impacto desses setores, especialmente nos processos industriais.

“Entre os motivos que levam a China, por exemplo, a buscar alternativas está a necessidade de modernização da indústria, e isso passa pela utilização de tecnologias que reduzam as emissões. Há uma compreensão de que isso é de interesse do próprio processo de produtividade e a FAPESP tem condições de apoiar projetos da indústria que necessitem e exijam desenvolvimentos de natureza científica ou tecnológica, modernizando suas atividades.”

A íntegra do relatório Oportunidades e desafios para aumentar sinergias entre as políticas climáticas e energéticas no Brasil pode ser acessada em www.wri.org/publication/bridging-gap-between-energy-and-climate-policies-brasil.

ONGs cobram criação de comissão para agenda de desenvolvimento da ONU no Brasil

ODS

Representantes de organizações da sociedade civil estão negociando para que o governo federal crie uma comissão para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil. Os ODS vão guiar os países em uma agenda global de desenvolvimento sustentável até 2030 e substituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), vigentes até o fim deste ano.

“Nossa expectativa é que seja uma comissão composta por autoridades com capacidade e poder de decisão. Que ela envolva diferentes setores do governo, até para dar conta de uma agenda tão ampla, mas que essencialmente tenha uma boa representação da sociedade civil”, disse a coordenadora geral da ONG Gestos e diretora da Abong, Alessandra Nilo.

A Abong é uma plataforma que reúne ONGs brasileiras e que faz parte do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para o Pós 2015, que acompanha as negociações intergovernamentais de construção dos ODS. O grupo esteve reunido em Brasília ontem (16) e hoje (17) para traçar as estratégias da sociedade civil na agenda de desenvolvimento para 2030.

A nova agenda será adotada pelos líderes mundiais na Cúpula de Chefes de Estado e Governo, que ocorrerá antes da abertura da Assembleia Geral da ONU, em setembro. A expectativa da sociedade civil é que a criação da comissão seja anunciada pela presidenta Dilma Rousseff no discurso de abertura da assembleia.

Representantes de organizações da sociedade civil de todo o país reúnem-se para dar continuidade ao debate sobre governança, implementação e monitoramento da Agenda Pós-2015Fonte: Elza Fiúza/Agência Brasil
Representantes de organizações da sociedade civil de todo o país reúnem-se para dar continuidade ao debate sobre governança, implementação e monitoramento da Agenda Pós-2015Fonte: Elza Fiúza/Agência Brasil

Para a representante da ONG Mirim Brasil, Sylvia Siqueira Campos, a primeira tarefa para o país é ver o que os ODS estão trazendo em termos de objetivos e metas e comparar com o que já está previsto nos planos plurianuais. “Os ODS são algo que vamos ter de redirecionar. Isso vai qualificar o tipo de investimento e o tipo de esforço que vamos empreender. A questão concreta é fazer uma revisão dos planos à luz dos ODS”, afirmou.

Alessandra Nilo acrescentou que é “extremamente importante” divulgar para a sociedade civil a existência da agenda e, ao mesmo tempo, estabelecer diálogos com os gestores locais. Segundo ela, as organizações já estão se antecipando para mobilizar os candidatos das eleições municipais de 2016 para assinatura de uma carta de adesão aos ODS e o comprometimento com a implementação da agenda nos municípios.

“O revolucionário nos ODS é que não há solução para os problemas isoladamente”, informou Alessandra, destacando que os governos precisam se articular nas três esferas e em todas as áreas. “Não se resolve a questão previdenciária sem a tributária. Os processos de educação estão ligados com prevenção da saúde.”
Uma das questões de grande discussão durante a construção dos ODS foi o financiamento para o desenvolvimento. Alessandra esclareceu que não foram apontadas novas fontes de recursos pelos países. “Mas se abriu a possibilidade para algumas ações de nível nacional, por exemplo, como a taxação progressiva, em vez de uma taxação regressiva. Outro aspecto que precisamos garantir é que o sistema financeiro seja convidado a contribuir e pagar sua conta”, disse a diretora da Abong.

De acordo com a diretora, se pensarmos que as transações de câmbio movimentam US$ 4 trilhões por dia, “com uma pequena taxação que pudesse ser usada para o desenvolvimento sustentável, teríamos um volume de recursos muito grande”.

O processo de construção dos ODS começou com a Conferência Rio+20 e teve participação de 193 países. São 17 objetivos, com 169 metas universais para países desenvolvidos e em desenvolvimento. A negociação da nova agenda é considerada inovadora no âmbito da ONU, porque, diferentemente dos ODM, os ODS foram elaborados com participação direta dos estados-membros e da sociedade civil e nasceram a partir de amplas consultas no mundo todo.

Entre as propostas estão erradicar a fome e a pobreza, promover a agricultura sustentável, saúde, educação e igualdade de gênero, além de garantir o acesso à água, ao saneamento e à energia sustentável para todos, o crescimento econômico, emprego, a industrialização, cidades sustentáveis e a redução da desigualdade. Também sugerem a mudança de padrões de consumo e produção, a conservação e usos sustentáveis dos ecossistemas marinho e terrestre e a construção de sociedades pacíficas e justas.

Edição: Armando Cardoso

 

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-09/ongs-cobram-criacao-de-comissao-para-agenda-de-desenvolvimento-da-onu-no